O presente texto pretende debater a questão territorial que emerge do modelo de desenvolvimento levado a cabo na região do Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Focalizando nas contradições e conflitos entre “metabolismos territoriais de modo de vida”, buscamos apontar os limites politícos desse projeto de desenvolvimento que subalterniza e oculta essas outras territorialidades. Decorre que tal abordagem nos leva a por em questão as principais interpretações sobre a origem da atual desordem ecológica planetária, causadas sobretudo por essa relação sociedade/natureza. Ao se negrigenciar a existência de diferentes cosmogonias, epistemologias e territorialidades, de forma generalizada, essas intepretações acabam por também responsabilizar esses outros modos de vida por essa crise. Diante disso, através desse discurso subalternizador, assistimos à emergência do Vale do Jequitinhonha no século XX, acarretando em um processo profundo de reorganização das bases socioeconômicas, subordinando todo o seu território, suas gentes e terras aos diversos projetos de desenvolvimento que passam a grafar profundamente suas paisagens.