Neste trabalho assume-se que todo processo de transição (demográfico, energético, econômico, social...) envolve alterações na organização relativamente estável dos espaços. O percurso metodológico para a discussão privilegiou a articulação de escalas, direcionando para a nova fronteira energética, caracterizada pelo interesse de atores globais e locais que estão ligados à indústria energética offshore. Insere-se a discussão nas questões de gestão costeira na medida em que a abertura dessas fronteiras implica em alterações significativas na organização de espaços costeiros, portanto na interface terra-mar. Os resultados da discussão apontam para a complexidade da zona costeira, em particular da margem equatorial brasileira, no que diz respeito às condições geográficas, às demandas sociais por melhores condições de vida e de proteção do ambiente, à competição intersetorial, às complementaridades entre terra-mar-ar que definem a própria zona costeira. A exploração da margem equatorial deve responder às diferentes manifestações de vulnerabilidade desse espaço de integração que apresenta propriedades singulares e intrínsecas a esse meio