A geodiversidade corresponde a porção não viva da paisagem, é constituída pela geologia, relevo, hidrografia e os solos, suas interações e processos físicos (BÉTARD, 2017), onde de acordo com Hjort et al. (2015), sua principal ameaça está vinculada às mudanças nos usos da terra. Assim, o objetivo do trabalho é apresentar uma metodologia para a avaliação das ameaças à geodiversidade oriundas do uso da terra por meio de um índice aplicado na área de abrangência do bioma Pampa brasileiro, contribuindo para a análise e gestão da geodiversidade em áreas afetadas por atividades humanas. O índice de coberturas e usos da terra (BÉTARD, 2017) foi idealizado a partir da ponderação da área ocupada por coberturas naturais e pelas diferentes formas de usos da terra, considerando a intensidade de seus impactos (ROSS, 2011) à geodiversidade. Tanto as atividades de natureza agrícola (atividades de pastoreio, cultivo de arroz e soja) como não agrícolas (urbanização e mineração) foram analisadas no índice. Os resultados evidenciaram que das 1362 cartas do índice de ameaças do Pampa, 43 delas (3,16%) obtiveram valores Muito Baixos de ameaças, e 277 das cartas, o que corresponde a 20,34%, foram categorizadas na classe Baixa ameaça. Foram identificadas 666 cartas (48,90%) com valor referente à Média ameaça à geodiversidade. A classe Alta ameaça foi identificada em 375 cartas (27,53%) de recobrimento da área de estudo. Os resultados identificados podem ser cruzados com o índice de geodiversidade, contribuindo para a identificação de hotspots de geodiversidade no bioma Pampa brasileiro.