O Sul de Minas Gerais desempenha um importante papel nacional na produção de café, possuindo grandes e tradicionais redes de plantio dessa cultura com forte presença de agricultores familiares espacializados no espaço agrário e citadino, sendo a produção dessa commodity, uma das principais formas de geração de renda da região. O território sul-mineiro é responsável por 25% da produção do café de todo território nacional, tornando a região altamente incorporada ao mercado mundializado gerando significativos impactos na organização e estrutura da rede urbana da região. Campos Gerais, município localizado no sul de Minas Gerais, é o segundo maior produtor de todo o estado. Assim sendo, o objetivo geral do presente artigo é analisar a dinâmica da produção agrícola de Campos Gerais no período entre 1988 à 2020, analisando como o café tem ocupado os hectares destinados à plantação neste município em (co)relação ao cultivo de outros produtos e alimentos necessários para a superação da insegurança alimentar brasileira. Será que alimentos essenciais à saúde humana estão tendo seus espaços substituídos para a manutenção dos interesses do capital? Ademais, entender como a cidade reestrutura-se para suprir as necessidades produtivas e de distribuição do agronegócio, analisando os fixos – comércios, cooperativas, distribuidora de insumos, trading’s agrícolas – e sua distribuição espacial. Foi possível observar uma tendência de commoditização do território em Campos Gerais, que não apenas esvazia o campo em termos de alimentos e atores, mas também especializa a cidade em detrimento dos atendimentos do agronegócio.