O avanço do capitalismo, no tocante ao desenvolvimento das chamadas revoluções industriais, imprimiu na sociedade, construída pelo discurso da técnica e da tecnologia, um apartar do homem enquanto natureza. Atentando ao potencial da Geografia como ciência capaz de promover uma análise crítica e contextual do espaço, lócus da reprodução das relações sociais, as práticas pedagógicas vivenciadas durante as aulas de Geografia, possibilitam inserir e sensibilizar os estudantes no debate sobre a questão ambiental e construir uma nova racionalidade ambiental. O presente trabalho tem como objetivo discutir as abordagens da questão ambiental na geografia com vistas a pensar a relação homem-natureza a partir da percepção dos estudantes do Ensino Fundamental II do Colégio Dominium, localizado na cidade de Teofilândia, município que integra o Território de Identidade do Sisal, semiárido baiano. Metodologicamente, o estudo estrutura-se enquanto uma pesquisa-ação, de abordagem qualitativa e análise crítico-dialética. Pautado na concepção teórico-empírico, parte da abstração, vai até o concreto das aulas de Geografia, retorna para a análise e síntese, em um processo dialético e dialógico. Depreende-se, dos resultados obtidos, que os aprendentes construíram a seguinte compreensão: só é possível pensar o Brasil através dos entrecruzamentos dos ciclos econômicos de acumulação espacial, e do reconhecimento de como os povos originários foram sufocados por esse processo perverso e contínuo. Para tanto, é imperativo recobrar o sentido de unicidade homem-natureza para superar a lógica capitalista e pensar outros mundos possíveis.