O presente trabalho teve como objetivo geral apresentar, discutir e analisar as apostilas utilizadas no Curso de férias para aperfeiçoamento de professores de Geografia do Ensino Secundário, disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística no período de 1962 a 1971 no Rio de Janeiro. Os cursos de férias faziam parte do programa de divulgação cultural do Conselho Nacional de Geografia oferecidos a professores de todos os estados e territórios federais, visando aperfeiçoar culturalmente os professores de Geografia do ensino secundário e apresentar as metodologias da Geografia Moderna. Entendemos que o IBGE atuou como um Aparelho Ideológico de Estado, interpelando ideologicamente, por meio dos cursos de aperfeiçoamento, a formação de professores de Geografia. Para isto, aprofundamos a análise sob os temas predominantes na apostila: Cartografia e Estatística, Ensino de Geografia e Recursos didáticos e, Geografia Econômica, juntos eles representam mais de 50% das aulas ministradas no curso. Descrevemos os conteúdos que eram ministrados nas aulas com a finalidade de entender quais assuntos eram mais relevantes e a forma como estes eram abordados nas apostilas. Os resultados desta pesquisa apontam que o Instituto desempenhou um papel importante na formação de professores de Geografia no Brasil ao capacitá-los para ministrar aulas de forma eficaz e atualizada, ao mesmo tempo em que disseminava a concepção de que cada instituição/ indivíduo exercia uma função específica, conferindo a sociedade como um conjunto estável e harmônica, o que contribuiu para mascarar a realidade política e social no Brasil.