O texto aborda a temática sobre os estudos migratórios dentro da área da Geografia da População, partindo de duas vertentes principais: abordagens de aspectos macro e de aspectos micro. A primeira diz respeito às mudanças decorrentes de diferentes conjunturas econômicas e políticas que afetam a estrutura social. Os fatores de nível micro dizem respeito às ideias de agenciamento, portanto, nas decisões individuais de migrar relacionadas por fatores sociais e econômicos que podem gerar motivações e aspirações em realizar o movimento, que será concretizada a depender das capacidades e liberdades do sujeito. Em ambas as escalas, os fatores socioeconômicos e geográficos, tais como, grupo etário, renda, escala espacial, distâncias de deslocamento, temporalidades, gênero e família, são essenciais para as análises. O desafio é apresentar uma visão integradora capaz de construir uma reflexão sobre migração, seja na escala macro ou na micro. Nesse sentido, o objetivo do texto é propositivo, apresentando uma abordagem teórica-metodológica quanti-qualitativa para compreender o fenômeno. Tal proposta é construída a partir das concepções sobre trajetórias de vida, aspirações, motivações, capacidades e liberdades migratórias. Assim, pretende-se combinar métodos qualitativos, como entrevistas semiestruturadas, com dados quantitativos, principalmente os fornecidos por fontes secundárias, com destaque para os censos demográficos. Ao alinhar teoria e método numa perspectiva quanti-qualitativa, é possível criar tipologias de migração. A proposição pode ser promissora para uma compreensão mais abrangente e aprofundada sobre o fenômeno migratório, contribuindo para o avanço dos estudos sobre a mobilidade da população.