Este artigo problematiza a questão do saneamento básico no Brasil, tema de relevância no contexto atual. O objetivo geral é analisar os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário no Brasil, em 2021, na perspectiva dos espaços concebidos pelos planos nacionais e a política nacional de saneamento básico e a Constituição Federal (BRASIL, 1988) e os espaços vividos e percebidos pelos agentes mais pobres. Como metodologia, recorreu-se a procedimentos de pesquisas bibliográfica e documental. O espaço urbano brasileiro é marcado por conflitos e desigualdades entre os agentes que o produzem. Historicamente, as classes populares têm seus direitos lesados e, no que se refere ao saneamento, o Estado corrobora para essa situação, privilegiando os interesses do mercado e dos agentes hegemônicos. A partir da compreensão dos espaços concebido, vivido e percebido, verificou-se que há uma negligência da garantia do direito a esses serviços pelas classes populares, além de haver uma incompatibilidade entre o espaço concebido pelo Estado e os espaços vivido e percebido pelos agentes mais pobres.