O fenômeno migratório contemporâneo tem se tornado uma agenda para várias ciências humanas e no contexto da Geografia pode ser analisado através de práticas socioespaciais atreladas a um contexto da globalização e crise do sistema neoliberal que enseja novas diásporas, produzindo arranjos que viabilizam paisagens simbólicas a partir de determinados grupos específicos. Dessa forma, para sobreviver ou seguir em busca de melhores condições de vida, o homem se desloca constantemente no espaço, percorre lugares, constrói e modifica paisagens. Atualmente, não é incomum encontrar um imigrante de nacionalidade chinesa em Fortaleza, especialmente, no centro da cidade onde se observa uma camada de densidade simbólica enunciada por uma paisagem associada a uma intensa atividade comercial. Nesse sentido, ao percorrer seu centro, verifica-se que sua paisagem se encontra tomada por elementos simbólicos que nos remetem à presença chinesa. Dentre eles: a presença do Dragão, do leque, das cores vermelho e amarelo, da música, da culinária chinesa, dos produtos Made in China, de caracteres chinês, do idioma (mandarim) e de sua própria presença, dentre outros. Diante do exposto, objetivamos fazer uma apresentação dos elementos simbólicos que retratam a presença chinesa no Centro histórico e comercial de Fortaleza e ao mesmo tempo apresentar as transformações que estão evidentes na paisagem. Ressaltamos ainda que a maioria dos estudos realizados sobre dinâmicas migratórias são de natureza econômica, políticas e ambientais, e que esse trabalho se justifica por contribuir no estudo das Migrações e por trazer uma abordagem, sobretudo, com o viés da Geografia Cultural.