Este artigo busca analisar as contradições e conflitos presentes nas relações sociopolíticas estabelecidas entre torcidas organizadas do Sport Club Corinthians Paulista, através de sua expressão hierárquica nas arquibancadas dos estádios de futebol, tendo como base as dinâmicas representativas dos coletivos torcedores. As torcidas organizadas disputam os espaços de maior visibilidade nos estádios, impondo critérios para sua efetiva ocupação, coordenando ações coletivas de reafirmação de suas identidades por meio da demarcação territorial das arquibancadas com patrimônios, quais sejam faixas, bandeiras ou instrumentos que carregam os símbolos e marcas de representação torcedora. Conclui-se, por meio da pesquisa, que nos últimos anos, torcidas organizadas menos influentes têm articulado formas de resistência territorial, posicionando-se contra a ordem hierárquica existente estabelecida e buscando romper com as práticas hegemônicas nas arquibancadas. Nesse sentido, este trabalho debruça-se sobre uma temática pouco discutida no âmbito da Geografia, buscando desenvolver uma pesquisa que aprofunde a compreensão dos espaços e relações de poder exercidos pelas torcidas organizadas de futebol.