O crescimento de novas formas de produção do espaço urbano tem complexificado a estrutura espacial centro-periférica. Alguns autores consideram, inclusive, a emergência de uma nova lógica de estruturação espacial fragmentária. O regime de acumulação com dominância financeira e o uso da urbanização para canalizar parte do excedente global são elementos importantes nesse cenário. Um indicador capaz de suscitar esse debate é a proliferação do setor de shopping centers para as “periferias”. Assim, o trabalho avalia o perfil de estruturação espacial dos shopping centers e compara a evolução desses equipamentos de consumo em duas metrópoles na Amazônia brasileira: Belém-PA e Manaus-AM. Levanta a seguinte questão: a estruturação espacial centro-periférica ainda é capaz de explicar o perfil locacional do setor de shopping centers nessas metrópoles? Estabelece três perfis locacionais dos shopping centers em relação às áreas ricas e pobres e aos aglomerados subnormais: perfil central (boas condições de vida); perfil pulverizado (média condições de vida); perfil periférico (baixas condições de vida). Ao quantificar os perfis mostra que a lógica centro-periférica (75%) é predominante sobre a fragmentária (25%). Embora a seleção das áreas mais ricas seja uma tônica, ela nem sempre é possível. Principalmente, no interior de metrópoles com profundas desigualdades socioespaciais.