Artigo Anais do XV ENANPEGE

ANAIS de Evento

ISSN: 2175-8875

A INOVAÇÃO NO ÂMBITO DO COMÉRCIO E CONSUMO CONTEMPORÂNEO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA A PARTIR DO SETOR DE E-COMMERCE NO BRASIL

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Publicado em 12 de dezembro de 2023

Resumo

A sociedade hodierna, inserida cada vez mais no bojo da globalização, incorpora de maneira significativa o uso de novas tecnologias da informação e comunicação, sobretudo com o advento da internet. Nesse interim, a maneira como as atividades comerciais se estabelecem, tendem a sofrer diversas alterações, levando em consideração os novos ritmos e parâmetros estabelecidos pelo capitalismo global. O uso de tecnologias desempenha um papel importante nas sociedades, e sua inserção na rotina das pessoas modifica progressivamente a maneira destas lidarem com suas práticas de consumo. Nessa perspectiva, o trabalho ora apresentado, tem o objetivo de suscitar discussões relacionadas ao comércio e consumo contemporâneo em território brasileiro, levando em consideração o uso e desenvolvimento de práticas e/ou mecanismos atrelados a inovação. Para tanto, selecionamos o setor de e-commerce, visto que o mesmo vem crescendo de forma exponencial nos últimos anos no Brasil, principalmente durante a pandemia ocasionada pelo novo coronavírus, já que diante das medidas restritivas de circulação e distanciamento social adotadas pelas autoridades brasileiras, várias empresas tiveram que repensar suas práticas comerciais, bem como seus serviços e produtos, levando em consideração a nova realidade que nos foi imposta. Diante desse quadro, o comércio eletrônico surge enquanto inovação para as empresas se readequarem e ganharem espaço em um cenário cada vez mais competitivo. Para Dosi (1982), a inovação refere-se à busca, à descoberta, a experimentação e apropriação de novos produtos, novos processos e novas formas organizacionais. Drucker (1998) defende que inovação se trata de um instrumento do espírito empreendedor, que gera uma capacidade para criar riqueza, desta forma, as empresas que têm o desejo de expandir sua lucratividade, percebem a necessidade de investirem em práticas de desenvolvimento sistemático de novas tecnologias, buscando formatos inovadores de desenvolver suas atividades, tanto na criação de produtos e serviços, ou na melhoria dos já existentes. Já por comércio eletrônico, entendemos uma nova forma comercial, em que se articula por meio do uso de tecnologias da informação e comunicação (TICs), empresas e consumidores espacialmente distantes, com a finalidade de venda/aquisição de determinado produto ou serviço. Segundo Chiusoli e Bonfim (2020), são grandes as tendências de negócios contemporâneos vinculados ao e-commerce que podem servir para indivíduos ou empresas, tanto de inspiração como de referência. Conforme advertem Menegatti et al. (2017), são muitas as vantagens das compras pela internet, seja pela maior variedade de opções, ou pela comodidade de fazer toda a escolha e transação financeira sem precisar se deslocar. Seguindo essa linha de raciocínio, Galdino (2020) assevera que, a comercialização online é o presente e o futuro, visto que, é difícil imaginar que haja um retrocesso com relação à situação, cabe apenas às empresas saberem se adaptar a essa nova realidade. Nos dias de hoje, a internet assume um papel de destaque na vida das pessoas e empresas, na qual os agentes econômicos se relacionam e evoluem. Segundo Vieira e Lima (2021) a internet trouxe um maior acesso e facilidade de exposições aos produtos de uma empresa. Assim, temos o desafio de compreender este fenômeno do ponto de vista geográfico, considerando os diferentes agentes inseridos nesse contexto e suas escalas de análise. Para tanto, os procedimentos de análise e interpretação utilizados no presente trabalho, irão apoiar-se em um primeiro momento no levantamento bibliográfico de autores que pesquisam o comportamento das atividades de comércio e consumo contemporâneo, tendo como cerne de preocupação o e-commerce. Além disso, utilizaremos dados secundários disponíveis nos sites da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Câmara Brasileira da Economia Digital (CBED), bem como informações coletadas na página eletrônica de algumas empresas e revistas especializadas no assunto. De posse desse acervo metodológico, será possível realizar alguns levantamentos de informações pertinentes, que nos auxiliarão na compreensão deste setor, tais como dados referentes ao crescimento das atividades do e-commerce no Brasil nos últimos anos, principais características do público-alvo e as regiões que mais se destacam com as atividades de vendas e compras online. Diante disso, acreditamos que o presente trabalho poderá contribuir academicamente com esta área de pesquisa que cresce cada vez mais a partir de análises como esta, que colocam o comércio e o consumo no centro das discussões e debates. Conforme destaca Pintaudi (2014, p. 147), “trata-se de olhar cientificamente para um momento que integra o nosso cotidiano, em que todos nós, ao mesmo tempo que temos a função de pesquisadores, somo também consumidores.”

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