O presente estudo analisa a dinâmica das matrículas em tempo integral no Brasil e seus impactos sobre as matrículas do ensino médio. A análise focou nas redes estaduais de ensino e considerou o recorte temporal entre 2008 e 2020. Para a elaboração da investigação, utilizamos os microdados do Censo Escolar referentes ao recorte temporal da pesquisa, diferenciando as matrículas em tempo integral daquelas de tempo parcial. Os dados mostram que a expansão do Ensino Integral não contribuiu para a universalização do Ensino Médio no país, ao contrário, houve perda de 830 mil matrículas entre 2008 a 2020. Além disso, ao invés de construção de novas unidades a implementação do modelo ocorreu com o fechamento de 3.804 escolas, uma redução de 11,30% na rede física. O estudo traz fortes indícios de que a expansão do tempo integral pode estar induzindo a exclusão dos estudantes mais vulneráveis, pois a redução de matrículas foi mais acentuada no ensino médio noturno, que fechou 1 milhão e 800 mil vagas que são ocupadas pelos jovens trabalhadores.