A partir dos anos 1990, após uma experiência industrial no período intitulado “nacional-desenvolvimentismo”, observa-se no Brasil uma economia cada vez mais voltada à exportação de produtos primários mediante as commodities de minérios de ferro e soja (principalmente) e no fortalecimento do capital improdutivo. Uma das consequências mais sensíveis desse processo é o desmantelamento gradual da indústria e a simplificação da estrutura produtiva nacional que inibe o engendramento de bons empregos, cria desigualdades (sociais, econômicas e regionais) e impede que o Brasil assuma papel de protagonista na competitividade internacional de produtos mais complexos. A China, por exemplo, que também possui uma economia emergente, é um dos países mais complexos do mundo em virtude de sua pauta exportadora diversa e alinhada às tecnologias inovadoras. Isto posto, o objetivo precípuo desta pesquisa é a delimitação do Complexo Industrial da Tecnologia e da Inovação capaz de sofisticar a estrutura produtiva nacional, tal iniciativa é calcada sobretudo na inovação de bens, serviços e processos, mas também no uso do território enquanto recurso, como condição do Brasil engendrar a sua (re)industrialização e alcançar desenvolvimento socioeconômico ou, em outros termos, soberania econômica e tecnológica acompanhada de uma legítima justiça social. Por se tratar de uma pesquisa em andamento a nível de doutorado, constatou-se até o momento que o Brasil teve em 2021 um índice de complexidade de apenas 0,33 ocupando a posição 49° no ranking, a China por sua vez, ocupou a posição 25° no ranking com uma complexidade de 1,07, exportando majoritariamente equipamentos de transmissão.