O transporte rodoviário de passageiros é um serviço público de suma importância para o provimento de deslocamentos de pessoas e mercadorias pelo território. Trata-se de um serviço delegado pelo Estado a operadores privados e regulado pelos entes federativos em seu respectivo âmbito, ou seja, as linhas intermunicipais são geridas pelas unidades federativas ao passo que as interestaduais são controladas pela União por intermédio da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), que também gerencia as linhas internacionais que contemplam cidades brasileiras. Além de um serviço público estratégico, o transporte rodoviário de passageiros é uma atividade econômica estabelecida no Brasil desde as primeiras décadas do século XX. Com a intensificação da circulação rodoviária nas décadas subsequentes, o setor adquiriu maior robustez e grande importância para o segmento de transportes, pois a prevalência do sistema de movimento rodoviário propiciou a expansão de diversos atores em várias partes do país. Diante deste preâmbulo, este trabalho tem como premissa analisar o transporte rodoviário interestadual de passageiros à luz das redes geográficas a partir do recorte territorial que reúne os municípios tocantinenses atendidos por ligações interestaduais. A indissociabilidade das redes urbana e rodoviária é fundamental para a compreensão do funcionamento do serviço no território do Tocantins, pois são dotadas de fixos geográficos que organizam fluxos espessos, sobretudo entre as macrorregiões Nordeste e o Centro-Oeste. Finalmente, o território tocantinense tem na BR-153 sua principal rodovia, que funciona como importante elemento integrador do estado no sentido Norte-Sul e se estende de Xambioá até Talismã.