As feiras livres são espaços organizados para a comercialização dos mais diversos gêneros, principalmente alimentícios e se caracterizam pela lógica de comércio que se estabelece a partir do circuito curto. Em União de Vitória-PR e Porto União-SC, municípios com área urbana coligada, as feiras livres são responsáveis pela comercialização de produtos frescos e saudáveis, oriundos da agricultura camponesa familiar, que são produzidos no interior destes municípios e locais vizinhos. Nestes municípios, as feiras livres ocorrem em vários espaços das cidades, desde as áreas centrais até nos bairros mais distantes e periféricos, de segunda a sábado, alternando os lugares e horários. Nessa pesquisa, propõe-se trabalhar a ocorrência das feiras livres a partir da produção agrícola camponesa familiar, destacando alguns conceitos importantes para compreender a dinâmica das feiras e o processo de sua organização e produção. Para que esta análise teórico-conceitual aconteça, busca-se referência de Sato (2012), para discutir as feiras livres; Fernandes (2001), Oliveira (2007) e Marques (2008), para compreender o modo de produção camponês e de Pereira (2021) para contribuir na discussão da relação do campesinato com a produção e manutenção das feiras livres. Neste sentido, a partir de uma breve revisão bibliográfica, propõe-se discutir a intrínseca relação entre a via campesina com as feiras livres dos municípios supracitados, destacando a contribuição das feiras para a movimentação da economia local e para a soberania alimentar.