Muito se fala de violência contra a mulher, assédio, importunação sexual, que “Não é Não”, “respeita meu espaço”, “meu corpo minhas regras”, contudo nos deparamos a todo momento com violências sofridas por mulheres. Neste ano, ocorreu na televisão aberta, em rede nacional, no reality show Big Brother Brasil um caso de importunação sexual realizado por dois homens brancos/famosos para com uma mulher mexicana e visitante do programa. A partir desse acontecimento, ficam algumas reflexões: se homens se sentem à vontade de invadir o espaço do corpo de uma mulher com milhares de câmeras, o que ocorre em outros espaços vividos pelas mulheres? A violência contra mulher atravessa diversos tempos e espaços, elas são muito sutis porque estão enraizadas na estrutura da sociedade ou são escancaradas, como por exemplo nos feminicídios. Desde meninas ou jovens, já é possível perceber ou entender o que é violência, assédio ou importunação sexual, por exemplo ao questionar meninas de um nono ano do ensino fundamental II, sobre: quem já sofreu assédio na rua? Desde apenas com palavras ou até encostar nos seus corpos? Todas as meninas levantaram a mão, sem exceção. Essas violências já sofridas enquanto jovem, podem fazer essas meninas se moldarem ou adaptarem seus corpos como espaço e também seus corpos no espaço. Contudo, elas também podem ser resistência e lutar por seus direitos. Portanto, a pesquisa tem por objetivo discutir a inserção do enfrentamento da violência de gênero, com ênfase para a importunação sexual, nas aulas do nono ano do ensino fundamental.