Museus são espaços onde potentes interações sociais podem acontecer ao promoverem encontros entre públicos variados e as equipes responsáveis. No caso de museus itinerantes, essa riqueza se amplia sobremaneira ao se considerar que sua missão é cruzar fronteiras para chegar a diferentes territórios e se encontrar com audiências sempre diversas a cada deslocamento. Entretanto, a pandemia de Covid-19 levou à interrupção de todas as atividades de museus no Brasil e no mundo, especialmente as itinerantes, por serem, sabidamente, promotoras de aglomerações. O presente recorte de pesquisa apresenta as visões de dois educadores/mediadores de um museu de ciências itinerante quanto aos contextos da pandemia, com o olhar para o que foi vivenciado e para o futuro. Apareceram reflexões críticas sobre o desenvolvimento de atividades virtuais, o enfrentamento do negacionismo e da desinformação, a incerteza quanto aos protocolos para retomada das viagens e o receio quanto a uma descontinuidade definitiva da ação.