Neste trabalho, investigamos o modo como as vivências trans se constituem historicamente nas escolas brasileiras a partir de vídeos na internet, especificamente na rede social Youtube, por meio de uma abordagem discursiva, no diálogo com Michel Foucault e seus interlocutores no campo do Currículo. Utilizando o descritor ‘trans escola’, produzimos um arquivo de pesquisa com 82 vídeos. Analisando títulos, canais e datas, buscamos compreender como se relacionam enunciados (títulos), interlocutores (canais) e tempos (datas) em uma rede de discursos que produz os sujeitos trans escolares. Percebemos nessa rede uma série de ‘estratégias’ sendo utilizadas para abordar as vidas trans na escola; é nela que os sujeitos se movimentam e se subjetivam em meio a jogos de poder e saber. Em meio às formas de violência, a crescente existência desses vídeos nos mostra formas de resistência e rotas de fuga que percebem a escola e os currículos como produtores da vida.