Essa pesquisa se movimenta na possibilidade das alianças afetivas, usando termo de Ailton Krenak, entre um professor de Ciências juruá – palavra que designa os não indígenas na língua guarani – e a comunidade indígena Guarani Mbya da Aldeia Ara Hovy, situada no município de Maricá (RJ). Após ser firmada uma parceria com essa comunidade, realiza-se num diário de campo uma escrita acerca desse encontro entre educações juruás e guaranis, em especial para o ensino de ciências. Com base nas reflexões de uma vivência aberta realizada nessa aldeia, discutimos como os entrelaçamentos com o Nhande reko – O “modo de ser” do povo Guarani – e os seres que habitam a Nhe'êry – palavra que designa o bioma da Mata Atlântica e significa “fonte da alma e da espiritualidade”– são potentes na elaboração de um ensino de ciências decolonial e aberto às diferenças e multiplicidades.