É comum que descobertas científicas sejam relacionadas ao avanço e desenvolvimento científico. Entretanto, este é um tema bastante negligenciado quando se fala em compreender histórica e epistemologicamente as estruturas de descobertas científicas. Inclusive, muitas vezes tratam-na como uma simples informação de datas, locais e pessoas, ignorando a complexidade conceitual e filosófica ligados a ela. Para tanto, este trabalho busca abarcar algumas discussões realizadas no âmbito histórico-epistemológico centradas principalmente nos escritos de Thomas Kuhn e Norwood Hanson. Dessa forma, resgata-se questões sobre a inseparabilidade dos contextos da descoberta e da justificativa, as complexas estruturas intrínsecas à gênese do conhecimento científico e tipos e categorias de descobertas. Essas discussões são desenvolvidas e exemplificadas a partir de breves menções a episódios da história da ciência, que evidenciam as intrincadas estruturas inerentes aos momentos de criação científica.