Esse trabalho refere-se a conhecimentos gerados, na disciplina Técnicas de Intervenção Psicopedagógica II, no desenvolvimento da atividade Práxis Psicopedagógica para inclusão de pessoas com Deficiência Motora/Paralisia Cerebral. Durante a realização do estudo de caso de uma pessoa do sexo feminino, 45 anos, casada, dois filhos, não alfabetizada e diagnosticada com Paralisia Cerebral, foi percebido que a Tecnologia Assistiva poderia ser excelente possibilidade interventiva para o caso. A Paralisia Cerebral decorre de uma lesão no cérebro, resultando na diminuição do controle muscular. A pessoa com Paralisia Cerebral frequentemente tem distúrbios associados a comprometimentos cerebrais, com deformidades ósseas, retardo mental, convulsão, constipação, entre outros. Muitos autores concordam que o prejuízo da função cognitiva está direta-mente relacionado com a gravidade das limitações motoras, a extensão da lesão e as crises epilépticas. O tratamento requerer intervenção de vários profissionais em virtude dos múltiplos comprometimentos. A equipe multidisciplinar, depois de fazer a avaliação das possibilidades do caso, estabelece o plano terapêutico, distribuindo as tarefas que cabem a cada profissional. Ter alternativas para promover o êxito na aprendizagem de sequelados da paralisia cerebral é imprescindível para garantir a inclusão dos mesmos. Nessa perspectiva, visualizamos a Tecnologia Assistiva com fortes possibilidades corre-toras psicopedagógicas. Ela é compreendida como alternativa para superação de problemas funcionais e desenvolvimento de habilidades, criando assim expectativas positivas realizando desejos e elevando qualidade de vida estando voltada especificamente à inclusão do aluno com deficiência física. Utilizamos a Tecnologia Assistiva, por ser demasiadamente pratica, permitindo a criatividade na elaboração de instrumentos por amplos meios de produção. O uso de tais instrumentos visa criar alternativas para vencer barreiras que, geralmente, impedem a realização de atividades próprias dos espaços e momentos da rotina escolar. Aplicamos uma Técnica Assistiva como intervenção psicopedagógica na pessoa em atendimento, e objeto de nosso estudo, utilizando o método de adaptação do lápis, em que o mesmo é revestido de EVA, material emborrachado que oferece uma maior aderência no contato com o membro afetado, e as limitações motoras que se apresentam, facilitando assim o manuseio para a execução das atividades preparatórias e de execução da escrita proposta. A pessoa em atendimento apresentou curiosidade e interesse para realizar a atividade de cópia das vogais mostrando-se estar confortável no uso do material. Confirmada a eficácia do recurso proposto, notamos que a falta de estimulo foi a principal causa da pessoa em atendimento não ter sido alfabetiza-da na época mais propícia para isso. Pois, apesar de suas limitações, o seu cognitivo não está afetado, sua capacidade de adaptação é boa, suas percepções tanto visuais quanto sensoriais não estão comprometidas. Consideramos que o uso da técnica utilizada foi bem sucedida tendo em vista o nítido progresso da pessoa em atendimento em todas as atividades propostas, o processo de alfabetização se deu de forma exitosa e as aprendizagens se processaram. Entendemos que a continuidade desse trabalho é necessário e trará inúmeros benefícios promotores da inclusão escolar e social, garantindo uma vida dotada de aprendizagens contínuas e reconhecimento de sua condição de sujeito pleno de direitos.