Pensar a cidade, para além do presentismo, é elucubrar, primordialmente, sobre o futuro das comunidades, das sociedades e dos grupos sociais que nela habitam. Essa reflexão é, também, pródiga em traçar uma perspectiva sobre que tipo de cidade queremos pensar e construir para o futuro. O presente artigo, então, tem como premissa trazer reflexões iniciais sobre como a imaginação de cidades distópicas pode, amplamente, contribuir para a construção de uma urbe cada vez mais inclusiva, que contribua com a emancipação dos seus cidadãos e com o acesso à direitos. Para a construção dessa leitura de cidade é preciso uma compreensão dela para além de sua própria espacialidade de forma a entender o espaço urbano como uma “persona” que pode contribuir, sobremaneira, na forma como nós estamos inseridos nela. Assim, ao esquadrinhar a cidade de Nagast e mais precisamente a comunidade de Obambo, indicamos passos iniciais para o entendimento da cidade enquanto um corpo que pode contribuir com um projeto emancipatório.