Os marcadores discursivos – MDs desempenham uma importante (macro)função: facilitam o processamento discursivo (PENHAVEL, 2012). Esse funcionamento ocorre por meio de conexões estabelecidas entre os MDs, seja no âmbito do sequenciamento textual ou no âmbito da organização interacional entre os interlocutores. Além disso, Rost (2002) descreve uma série de subfunções que esse grupo de palavras pode desempenhar, como: advertência, exemplificação, concessão, dentre outros. Apesar dessa funcionalidade, os MDs são, muitas vezes, estigmatizados como "vícios de linguagem". A partir disso, baseando-nos teoricamente na Linguística Funcional Centrada no Uso – LFCU, objetivamos descrever as características que compõem o polo da forma e da função dos marcadores discursivos, considerando o uso dessas construções (pareamento entre forma e função) em situação real. Desse modo, utilizaremos como método uma análise qualitativa de dados encontrados nos corpora PCVC e PPVC, além de dados presentes em outras pesquisas como a de Risso, Silva e Urbano (2006). Após isso, uma vez que este trabalho se justifica pela tentativa de apresentar dados científicos da língua em uso sobre os marcadores enquanto uma classe funcional, pretendemos estabelecer sugestões de abordagem dos MDs em sala de aula do ensino básico a partir de atividades textuais em adequação com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Assim, esperamos fomentar a discussão sobre os MDs no ensino básico, aproximando pesquisa científica e sala de aula .