O uso das expressões faciais na comunicação não é exclusividade das línguas de sinais. Basta observarmos qualquer falante de uma língua qualquer do mundo que perceberemos que esse também se utiliza desses recursos. No entanto, embora as expressões faciais sejam gestos comuns à espécie humana, não podemos classificar ou estudar as expressões nas línguas de sinais da mesma forma que nas línguas orais, pois de acordo com a literatura, as expressões faciais nas línguas de sinais constituem parte integrante do signo linguístico ao passo que nas línguas orais são apenas coadjuvantes na comunicação, normalmente associado à informação prosódica. Uma hipótese defendida é que as expressões não-manuais - ENMs formam o quinto parâmetro fonológico que constitui a Libras. Porém, apesar desse reconhecimento das ENMs enquanto parâmetro fonológico, há ainda muitas descobertas a serem feitas sobre essas expressões. Assim, nos questionamos: além da marcação de construção sintática e diferenciação entre itens lexicais que a literatura tem postulado acerca das ENMs, estas também exercem funções prosódicas à semelhança do que acontece nas línguas orais? Nossa hipótese é afirmativa a esse questionamento, pois entendemos que as ENMs apresentam outras funções ainda pouco exploradas como, por exemplo, funções prosódicas. Nesse sentido, objetivamos estabelecer quais as funções já apresentadas pelos autores estudados e, com base no Sistema de Ação Facial (Facial Action Code – FAC), desenvolvido por Ekman e Friesen (1976), identificar funções prosódicas. Para tanto, faremos uma revisão bibliográfica para levantarmos quais as funções apresentadas pelos estudiosos e, na tentativa de encontrar expressões que exercem funções prosódicas, faremos uma análise de dois vídeos da plataforma Youtube de surdos fluentes em Libras que serão analisados com o suporte do sistema de notação Elan 6.2. Ressaltamos que nosso trabalho visa contribuir não apenas com os estudos das expressões nas línguas de sinais, mas também das línguas orais.