O presente artigo tece uma reflexão teórica preliminar sobre a prática Teatral para alunos surdos em uma instituição da rede pública de ensino. Nesse sentido o objetivo aqui traçado é o de utilizar o Teatro a partir da lente da contracultura, como dispositivo de indagação e reversão das marcas de opressão/exclusão, decorrentes da história do povo surdo, bem como possibilitar no espaço escolar um fazer Teatral enquanto campo de contestação e enfrentamento do papel de sujeito deficiente, forjada por uma cultura Ouvintista (SKLIAR, 1998), que estabeleceu o lugar do surdo na sociedade, onde partindo da perspectiva de um Teatro contracultural (LEÃO, 2009), os surdos possam ganhar espaço no sentido de exercer uma cidadania autônoma no cenário político-educacional brasileiro, revertendo uma Cultura do silêncio (FREIRE, 1972). Para tanto utilizo como metodologia dos jogos teatrais de Boal a reflexão teórica alicerçada por revisões bibliográficas e aulas práticas de teatro. Como resultado pode destacar a produção do espetáculo “Ancestralidade e Surdez” que foi encenado no IV CONGRESSO NACIONAL DE INCLUSÃO SOCIAL DO NEGRO SURDO. Concluímos que o projeto vem alcançando seus objetivos, principalmente no protagonismo cênico do grupo surdo-negro da AESOS, embora ainda de forma tímida.