Artigo Anais I CINTEDI

ANAIS de Evento

ISSN: 2359-2915

REPRESENTAÇÕES DE INFÂNCIA NO CONTO BIRUTA, DE LYGIA FAGUNDES TELLES

Palavra-chaves: CRIANÇA, LITERATURA, REPRESENTAÇÃO DA INFÂNCIA Pôster (PO) A EDUCAÇÃO INFANTIL, AS INFÂNCIAS E AS CULTURAS INFANTIS
"2014-12-02 23:00:00" // app/Providers/../Base/Publico/Artigo/resources/show_includes/info_artigo.blade.php
App\Base\Administrativo\Model\Artigo {#1843 // app/Providers/../Base/Publico/Artigo/resources/show_includes/info_artigo.blade.php
  #connection: "mysql"
  +table: "artigo"
  #primaryKey: "id"
  #keyType: "int"
  +incrementing: true
  #with: []
  #withCount: []
  +preventsLazyLoading: false
  #perPage: 15
  +exists: true
  +wasRecentlyCreated: false
  #escapeWhenCastingToString: false
  #attributes: array:35 [
    "id" => 9216
    "edicao_id" => 25
    "trabalho_id" => 2090
    "inscrito_id" => 4577
    "titulo" => "REPRESENTAÇÕES DE INFÂNCIA NO CONTO BIRUTA, DE LYGIA FAGUNDES TELLES"
    "resumo" => "A infância vem sendo representada nas obras literárias sob diferentes perspectivas desde que a criança começou a ser vista como parte de um grupo específico na sociedade burguesa. O conceito de infância é cultural, por isso sujeito a novas compreensões  decorrentes das constantes transformações que ocorrem na sociedade. Diante dessa prerrogativa, este trabalho objetiva mostrar as representações da infância no conto de Lygia Fagundes Telles, “Biruta”. Tem caráter analítico e apoia-se em pesquisa bibliográfica. Foca a figura de Alonso, personagem central, observando-o em sua condição de criança e com base no modo como os adultos o tratam. Segundo Regina Zilberman (2003), somente no século XVIII, a criança é colocada no centro das considerações e isso se dando no contexto da família burguesa europeia. Inicia-se aí a valorização da infância enquanto faixa etária e estrato social, configurando o que Peter N. Stearns (2006) chama de modelo moderno de infância. Na Idade Média e início da Idade Moderna, de acordo Phillip Ariès (1981) e Stearns (2006),  a infância era negada às crianças, que se  formavam no convívio direto com os adultos e sendo tratada como adulto em miniatura, mas destituída de direito e de representatividade social; traços do que ficou conhecido como modelo pré-moderno de infância. Na sociedade burguesa, a criança, vista como ser frágil, inocente, passa a depender do adulto, que lhe reconhece como ser social com direitos básicos tais como a segurança e o afeto da família e educação escolar. Lembra Zilberman (2003) que nas famílias economicamente menos privilegiadas, nem sempre a criança chegou a usufruir de tais direitos. O conto “Biruta” encontra-se no livro Histórias Escolhidas, publicado em 1961. Retrata a infância pobre e sem afeto humano de Alonso, acolhido por uma senhora apenas para lhe servir nas atividades domésticas mais humildes. Em sua vida de trabalho e privações, o menino conta apenas com o afeto de um cachorro,  Biruta, cujas travessuras irritam a dona da casa que sempre castiga Alonso, inclusive, chegando a afastá-lo, em definitivo, do animal de estimação. O contexto de vida do menino, o modo como ele é tratado pela senhora e pela empregada dela, lembram o que dizem Ariès (1981),  Stearns (2006) e Zilberman (2003) sobre o perfil da infância negada, quando, tão logo pudesse, a criança era incorporada ao mundo do trabalho. Alonso não possui família, não estuda, não tem lazer algum, não interage com outras criança, não tem com quem dialogar e de quem receber afeto, acha-se, pois, totalmente à merce da mesquinhês de um adulto e desasistido pela sociedade. E isso se agrava com o perfil que o narrador heterodiegético faz de Alonso: é uma criança frágil, sempre dócil, obediente e um tanto ingênua, o que facilita e agrava o processo de domínio do adulto e o descaso social no qual a criança vive."
    "modalidade" => "Pôster (PO)"
    "area_tematica" => "A EDUCAÇÃO INFANTIL, AS INFÂNCIAS E AS CULTURAS INFANTIS"
    "palavra_chave" => "CRIANÇA, LITERATURA, REPRESENTAÇÃO DA INFÂNCIA"
    "idioma" => "Português"
    "arquivo" => "Modalidade_4datahora_14_11_2014_22_59_24_idinscrito_4577_3d062045afe875b5e63439984c8f3aeb.pdf"
    "created_at" => "2020-05-28 15:52:56"
    "updated_at" => "2020-06-09 18:57:54"
    "ativo" => 1
    "autor_nome" => "FRANCIMÍLIA CARDOSO DE BARCELOS"
    "autor_nome_curto" => "FRANCIMÍLIA"
    "autor_email" => "francimiliabarcelos@hotma"
    "autor_ies" => "UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ"
    "autor_imagem" => ""
    "edicao_url" => "anais-i-cintedi"
    "edicao_nome" => "Anais I CINTEDI"
    "edicao_evento" => "Congresso Internacional de Educação Inclusiva"
    "edicao_ano" => 2014
    "edicao_pasta" => "anais/cintedi/2014"
    "edicao_logo" => "5e49fa1743288_16022020232735.png"
    "edicao_capa" => "5f183dd42813b_22072020102332.jpg"
    "data_publicacao" => null
    "edicao_publicada_em" => "2014-12-02 23:00:00"
    "publicacao_id" => 21
    "publicacao_nome" => "Anais do Congresso Internacional de Educação e Inclusão - CINTEDI"
    "publicacao_codigo" => "2359-2915"
    "tipo_codigo_id" => 1
    "tipo_codigo_nome" => "ISSN"
    "tipo_publicacao_id" => 1
    "tipo_publicacao_nome" => "ANAIS de Evento"
  ]
  #original: array:35 [
    "id" => 9216
    "edicao_id" => 25
    "trabalho_id" => 2090
    "inscrito_id" => 4577
    "titulo" => "REPRESENTAÇÕES DE INFÂNCIA NO CONTO BIRUTA, DE LYGIA FAGUNDES TELLES"
    "resumo" => "A infância vem sendo representada nas obras literárias sob diferentes perspectivas desde que a criança começou a ser vista como parte de um grupo específico na sociedade burguesa. O conceito de infância é cultural, por isso sujeito a novas compreensões  decorrentes das constantes transformações que ocorrem na sociedade. Diante dessa prerrogativa, este trabalho objetiva mostrar as representações da infância no conto de Lygia Fagundes Telles, “Biruta”. Tem caráter analítico e apoia-se em pesquisa bibliográfica. Foca a figura de Alonso, personagem central, observando-o em sua condição de criança e com base no modo como os adultos o tratam. Segundo Regina Zilberman (2003), somente no século XVIII, a criança é colocada no centro das considerações e isso se dando no contexto da família burguesa europeia. Inicia-se aí a valorização da infância enquanto faixa etária e estrato social, configurando o que Peter N. Stearns (2006) chama de modelo moderno de infância. Na Idade Média e início da Idade Moderna, de acordo Phillip Ariès (1981) e Stearns (2006),  a infância era negada às crianças, que se  formavam no convívio direto com os adultos e sendo tratada como adulto em miniatura, mas destituída de direito e de representatividade social; traços do que ficou conhecido como modelo pré-moderno de infância. Na sociedade burguesa, a criança, vista como ser frágil, inocente, passa a depender do adulto, que lhe reconhece como ser social com direitos básicos tais como a segurança e o afeto da família e educação escolar. Lembra Zilberman (2003) que nas famílias economicamente menos privilegiadas, nem sempre a criança chegou a usufruir de tais direitos. O conto “Biruta” encontra-se no livro Histórias Escolhidas, publicado em 1961. Retrata a infância pobre e sem afeto humano de Alonso, acolhido por uma senhora apenas para lhe servir nas atividades domésticas mais humildes. Em sua vida de trabalho e privações, o menino conta apenas com o afeto de um cachorro,  Biruta, cujas travessuras irritam a dona da casa que sempre castiga Alonso, inclusive, chegando a afastá-lo, em definitivo, do animal de estimação. O contexto de vida do menino, o modo como ele é tratado pela senhora e pela empregada dela, lembram o que dizem Ariès (1981),  Stearns (2006) e Zilberman (2003) sobre o perfil da infância negada, quando, tão logo pudesse, a criança era incorporada ao mundo do trabalho. Alonso não possui família, não estuda, não tem lazer algum, não interage com outras criança, não tem com quem dialogar e de quem receber afeto, acha-se, pois, totalmente à merce da mesquinhês de um adulto e desasistido pela sociedade. E isso se agrava com o perfil que o narrador heterodiegético faz de Alonso: é uma criança frágil, sempre dócil, obediente e um tanto ingênua, o que facilita e agrava o processo de domínio do adulto e o descaso social no qual a criança vive."
    "modalidade" => "Pôster (PO)"
    "area_tematica" => "A EDUCAÇÃO INFANTIL, AS INFÂNCIAS E AS CULTURAS INFANTIS"
    "palavra_chave" => "CRIANÇA, LITERATURA, REPRESENTAÇÃO DA INFÂNCIA"
    "idioma" => "Português"
    "arquivo" => "Modalidade_4datahora_14_11_2014_22_59_24_idinscrito_4577_3d062045afe875b5e63439984c8f3aeb.pdf"
    "created_at" => "2020-05-28 15:52:56"
    "updated_at" => "2020-06-09 18:57:54"
    "ativo" => 1
    "autor_nome" => "FRANCIMÍLIA CARDOSO DE BARCELOS"
    "autor_nome_curto" => "FRANCIMÍLIA"
    "autor_email" => "francimiliabarcelos@hotma"
    "autor_ies" => "UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ"
    "autor_imagem" => ""
    "edicao_url" => "anais-i-cintedi"
    "edicao_nome" => "Anais I CINTEDI"
    "edicao_evento" => "Congresso Internacional de Educação Inclusiva"
    "edicao_ano" => 2014
    "edicao_pasta" => "anais/cintedi/2014"
    "edicao_logo" => "5e49fa1743288_16022020232735.png"
    "edicao_capa" => "5f183dd42813b_22072020102332.jpg"
    "data_publicacao" => null
    "edicao_publicada_em" => "2014-12-02 23:00:00"
    "publicacao_id" => 21
    "publicacao_nome" => "Anais do Congresso Internacional de Educação e Inclusão - CINTEDI"
    "publicacao_codigo" => "2359-2915"
    "tipo_codigo_id" => 1
    "tipo_codigo_nome" => "ISSN"
    "tipo_publicacao_id" => 1
    "tipo_publicacao_nome" => "ANAIS de Evento"
  ]
  #changes: []
  #casts: array:14 [
    "id" => "integer"
    "edicao_id" => "integer"
    "trabalho_id" => "integer"
    "inscrito_id" => "integer"
    "titulo" => "string"
    "resumo" => "string"
    "modalidade" => "string"
    "area_tematica" => "string"
    "palavra_chave" => "string"
    "idioma" => "string"
    "arquivo" => "string"
    "created_at" => "datetime"
    "updated_at" => "datetime"
    "ativo" => "boolean"
  ]
  #classCastCache: []
  #attributeCastCache: []
  #dates: []
  #dateFormat: null
  #appends: []
  #dispatchesEvents: []
  #observables: []
  #relations: []
  #touches: []
  +timestamps: false
  #hidden: []
  #visible: []
  +fillable: array:13 [
    0 => "edicao_id"
    1 => "trabalho_id"
    2 => "inscrito_id"
    3 => "titulo"
    4 => "resumo"
    5 => "modalidade"
    6 => "area_tematica"
    7 => "palavra_chave"
    8 => "idioma"
    9 => "arquivo"
    10 => "created_at"
    11 => "updated_at"
    12 => "ativo"
  ]
  #guarded: array:1 [
    0 => "*"
  ]
}
Publicado em 02 de dezembro de 2014

Resumo

A infância vem sendo representada nas obras literárias sob diferentes perspectivas desde que a criança começou a ser vista como parte de um grupo específico na sociedade burguesa. O conceito de infância é cultural, por isso sujeito a novas compreensões decorrentes das constantes transformações que ocorrem na sociedade. Diante dessa prerrogativa, este trabalho objetiva mostrar as representações da infância no conto de Lygia Fagundes Telles, “Biruta”. Tem caráter analítico e apoia-se em pesquisa bibliográfica. Foca a figura de Alonso, personagem central, observando-o em sua condição de criança e com base no modo como os adultos o tratam. Segundo Regina Zilberman (2003), somente no século XVIII, a criança é colocada no centro das considerações e isso se dando no contexto da família burguesa europeia. Inicia-se aí a valorização da infância enquanto faixa etária e estrato social, configurando o que Peter N. Stearns (2006) chama de modelo moderno de infância. Na Idade Média e início da Idade Moderna, de acordo Phillip Ariès (1981) e Stearns (2006), a infância era negada às crianças, que se formavam no convívio direto com os adultos e sendo tratada como adulto em miniatura, mas destituída de direito e de representatividade social; traços do que ficou conhecido como modelo pré-moderno de infância. Na sociedade burguesa, a criança, vista como ser frágil, inocente, passa a depender do adulto, que lhe reconhece como ser social com direitos básicos tais como a segurança e o afeto da família e educação escolar. Lembra Zilberman (2003) que nas famílias economicamente menos privilegiadas, nem sempre a criança chegou a usufruir de tais direitos. O conto “Biruta” encontra-se no livro Histórias Escolhidas, publicado em 1961. Retrata a infância pobre e sem afeto humano de Alonso, acolhido por uma senhora apenas para lhe servir nas atividades domésticas mais humildes. Em sua vida de trabalho e privações, o menino conta apenas com o afeto de um cachorro, Biruta, cujas travessuras irritam a dona da casa que sempre castiga Alonso, inclusive, chegando a afastá-lo, em definitivo, do animal de estimação. O contexto de vida do menino, o modo como ele é tratado pela senhora e pela empregada dela, lembram o que dizem Ariès (1981), Stearns (2006) e Zilberman (2003) sobre o perfil da infância negada, quando, tão logo pudesse, a criança era incorporada ao mundo do trabalho. Alonso não possui família, não estuda, não tem lazer algum, não interage com outras criança, não tem com quem dialogar e de quem receber afeto, acha-se, pois, totalmente à merce da mesquinhês de um adulto e desasistido pela sociedade. E isso se agrava com o perfil que o narrador heterodiegético faz de Alonso: é uma criança frágil, sempre dócil, obediente e um tanto ingênua, o que facilita e agrava o processo de domínio do adulto e o descaso social no qual a criança vive.

Compartilhe:

Visualização do Artigo


Deixe um comentário

Precisamos validar o formulário.