Esse estudo buscou sondar percepções de professores sobre a importância da arte no processo de inclusão escolar e social de estudantes. A investigação ocorreu em duas escolas públicas do Rio de Janeiro. Com base em indicadores escolares, uma foi considerada de bom rendimento escolar, chamada de Escola A e a outra de baixo rendimento, chamada de Escola B. Em ambas as escolas focamos turmas do 9º ano consideradas problemáticas constituídas por estudantes com faixa etária acima da média. Ficou combinado, entre participantes da pesquisa, a relativização do conteúdo programático em prol de trabalhos que privilegiassem linguagens artísticas na abordagem de temas livres e presentes nas disciplinas da grade curricular. Durante o ano letivo a dinâmica empregada foi a de trabalhar a matéria através da arte em sala de aula e em oficinas. Ao final de cada bimestre realizávamos eventos em forma de Feira nos quais os estudantes apresentavam seus trabalhos usando como forma de linguagem a música, a dança, a declamação, a peça teatral, as exibições de cartazes e maquetes. Os professores faziam, em cada evento, suas avaliações respondendo a um questionário que procurava sondar aspectos relacionados à socialização, à participação escolar e à autoestima dos estudantes. Independentemente das escolas e com base nas percepções dos professores, verificamos um crescimento relativo aos aspectos socialização, autoestima e participação escolar dos estudantes. Contudo, na Escola B, por apresentar baixo rendimento escolar, a curva de crescimento foi maior, um indicativo do benefício da arte na razão direta com dificuldades vivenciadas por estudantes na escola. Os resultados obtidos das avaliações destes professores apontaram para cenário de sucesso da arte como instrumento de humanização, de integração e de inclusão escolar e social de estudantes.