Estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental enfrentam uma série de desafios relacionados às mudanças pelas quais passam nessa fase da escolaridade, sejam elas pessoais, relacionadas à entrada na puberdade, por exemplo, sejam institucionais, quando se referem à troca de escola e às alterações da rotina escolar próprias da passagem dos anos iniciais para os anos finais do Ensino Fundamental. Para alguns desses alunos essas mudanças podem ser difíceis e se transformar em necessidades específicas que devem ser observadas pelos professores durante este ano de escolaridade. Quando se trata do ensino de Matemática, o quadro pode ser mais delicado, uma vez que há uma percepção quase generalizada de que a disciplina é complicada. Nesse contexto de alterações e possíveis dificuldades e tratando especificamente da disciplina Matemática, pode ser necessário pensar em estratégias diversificadas para o ensino deste grupo de alunos. Partindo destas considerações, este artigo, que é um recorte de um trabalho de conclusão de curso da primeira autora do texto, tem como objetivo discutir as estratégias de professores de Matemática para lidar com as necessidades específicas dos estudantes do 6º ano. São questões que buscamos responder: Os professores de Matemática identificam que os estudantes do 6º ano possuem necessidades específicas? Em caso afirmativo, elaboram que estratégias para lidar com estas necessidades? Para atender o objetivo do estudo, foi realizada pesquisa qualitativa do tipo bibliográfica e realizada entrevista para coleta de dados com docentes de Matemática das escolas municipais de uma cidade do Sul do Estado do Rio de Janeiro. Os resultados obtidos apontam que apesar de haver uma identificação de necessidades específicas pelos docentes de Matemática em relação aos seus alunos do 6º ano, pouco se planejam estratégias para atendê-las. Quando isto acontece as estratégias se voltam mais para ações de cunho interpessoal do que ações propriamente pedagógicas.