Artigo Anais I CINTEDI

ANAIS de Evento

ISSN: 2359-2915

PRÁTICAS DE LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA EM ESCOLAS DE SÃO LUÍS

Palavra-chaves: EDUCAÇÃO, ENSINO, INCLUSÃO Comunicação Oral (CO) EDUCAÇÃO ESPECIAL
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Publicado em 02 de dezembro de 2014

Resumo

A educação inclusiva constitui como uma proposta que busca resgatar valores sociais fundamentais, condizentes com a igualdade de direitos e de oportunidades para todos. Porém, para que a inclusão de alunos com deficiência no sistema regular de ensino se efetive, possibilitando o resgate de sua cidadania e ampliando suas perspectivas existenciais, não basta a promulgação de leis que determinem a criação de cursos de capacitação básica de professores, nem a obrigatoriedade de matrícula nas escolas da rede pública. Assim, o Atendimento Educacional Especializado, como política de ação da inclusão educacional, tem como meta atender em níveis satisfatórios a demanda da adaptação das práticas de ensino/aprendizagem (letramento) para a pessoa com deficiência, integrando assim, a melhoria do espaço físico das salas de aula, dos recursos multifuncionais que contribuem no desenvolvimento do aluno, bem como da capacitação profissional dos professores. Este trabalho objetiva investigar os discursos presentes nas práticas de letramento de docentes que trabalham com a educação inclusiva nas salas de recursos multifuncionais. O arcabouço teórico-metodológico apontam para os pressupostos de Angrosino (2009) no que diz respeito às pesquisas etnográficas, Fairclough (2001; 2003) e Wodak (2001) sobre a Análise de Discurso Crítica, Magalhães (2003; 2005) abordando sobre identidades (inclusive de gênero); 2009), Halliday (1994) que aborda questões sobre análise de discurso textualmente orientada (ADTO), Barton (2007) e Barton e Hamilton (2000) para as concepções de prática de letramento. O corpus é formado pelas observações, transcrições de entrevistas e notas de campo realizadas com 6 professores, em duas escolas de São Luís, no período de Novembro/2011 a Maio/2012. Como resultados, podemos observar que a partir da comparação entre os dois contextos educacionais, permitiu-se o maior conhecimento das leis locais que integram as referidas políticas de inclusão, verificando-se assim, o distanciamento daquilo que é recomendado pelas leis, do que é cumprido nas escolas. As identidades docentes aparecem nas próprias práticas educacionais moldados por discursos quase sempre hegemônicos e segregadores, visto que alguns alunos sentiam-se oprimidos pela forma didática das práticas executadas, identificados tanto nas falas dos professores, quanto nas práticas de letramento diário. Estes discursos são revelados nas relações professor-aluno e professor-professor, em que se verificou conflitos de ideias por parte dos profissionais sobre questões afetivas inseridas dentro de suas próprias práticas, onde pôde-se perceber a desnecessidade de discussões no momento delas. Vimos também discursos ideológicos de modo naturalizado, pois, segundo os professores, muitas das atribuições que o Estado impõe para educação especial, deveriam ser abolidas e para alguns, os alunos especiais não deveriam estar em escolas regulares, mas em centros de atendimentos especiais. Desta forma vimos que os obstáculos da inclusão perpassam e são fortemente atribuídos por discursos segregadores.

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