Desde muito cedo em sua história, o ser humano mostrou interesse em aprender sobre como aprende. Se já na Grécia, berço da civilização ocidental, há notícia histórica das primeiras incursões filosóficas acerca da capacidade humana de conhecer, seguiu-se um debate que atravessaria os séculos, o que mobilizou filósofos, médicos e, mais adiante, pesquisadores da Pedagogia e da Psicologia. Compondo o rol das ideias científicas em torno da aprendizagem, as correntes convencionalmente denominadas como Inatismo, Empirismo e do Interacionismo, serviram de paradigma para os diferentes construtos teóricos de autores como Vygotsky, Freud, Skinner, Piaget etc. Para além da apresentação didática e já consagrada das teorias psicológicas do desenvolvimento e aprendizagem nos manuais da pedagogia e da psicologia da educação, as novas e ingentes mudanças na educação do século XXI ganham cada vez mais relevo no cotidiano da sala de aula. Nesse sentido, as Tecnologias de Comunicação e Informação (TICs) e todo o impacto que representam no ensino na sociedade globalizada e digital põem em questão teorias nascidas e desenvolvidas no século XX. Se a intrincada rede de conceitos e teóricos, clássicos da área dão ideia de quão inesgotável é a tarefa de interrogar de que maneira aprendemos, também cabe perguntar se esses pressupostos não estariam mesmo ultrapassados mediante a escola contemporânea.