O presente trabalho é fruto das observações iniciais no âmbito do projeto de Prodocência, “Questões de gênero na Escola: Por um enfrentamento às desigualdades e assimetrias na Educação Básica”, que vem sendo implementado no Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (CAp-UERJ). A instituição, de ensino público, atende estudantes da educação básica, a partir dos Anos Iniciais até o Ensino Médio, Graduação e pós-graduação. Compreendemos que a equidade de gênero é um dos fatores que contribuem para a promoção dos direitos humanos em diálogo constante com os atravessamentos escolares que envolvem os valores étnico-raciais, com foco na cultura e na visibilidade de estudantes negros, indígenas, ciganos, quilombolas e demais minorias identitárias; as questões da acessibilidade de estudantes com deficiência; e as relações da multiplicidade geracional nos espaços educacionais, dentre outras interseccionalidades que perpassam a escola. Tal importância já foi ratificada em documentos, que embora constituam importantes instrumentos de referência para a construção de políticas públicas a partir da ótica de gênero, contribuindo com a formação e com a atuação de docentes, não são devidamente efetivadas. O objetivo geral do projeto é contribuir para a formação de professores e professoras com a elaboração de saberes e fazeres que se deem no cotidiano da educação básica, oportunizando reflexões sobre o papel da escola na promoção da equidade de gênero. Para tanto, um grupo de professoras do CAp-UERJ e bolsistas do projeto tem se debruçado em pesquisar como se expressam as relações de gênero em atividades cotidianas na escola. A partir de entrada em sala e grupos de discussão, temos buscado identificar quais usos são feitos das relações de gênero para organizar o trabalho escolar. Como resultados iniciais, já realizamos encontros produzindo um mês temático sobre as questões de gênero e sexualidade na escola debatendo: i) interseccionalidades; ii) performances de gênero com/nas infâncias; iii) assédio no ambiente escolar; iv) gêneros na escola. No momento, estamos nos organizando como um coletivo que vem pautando mudanças que correlacionem teoria e prática alterando, ainda de forma inicial, os sentidos das relações de gênero presentes na escola.