Nos contextos que problematizam e contemplam o papel da leitura no âmbito educacional e nas discussões sobre a formação do leitor, faz-se necessário compreender a leitura como forma de capacitação do sujeito para as experiências que perpassem o ambiente escolar, remetendo-o a uma leitura crítica do mundo em que vive, envolvendo as relações entre texto, leitor e professor, sendo o último o mediador e peça chave no processo de formação desse leitor. O embasamento teórico consta teorias sobre os recentes estudos da linguagem de Bakhtin (1992) e o Círculo e das propostas de Coelho (1984), Cosson (2006) e Zilberman (1995) que refletem sobre o processo de formação do leitor, formação de professor e a importância da leitura no contexto educacional. Objetivamos discutir possibilidades e abordagens de ensino e aprendizagem pautadas na leitura de gêneros discursivos que corroboram em leituras reflexivas e consequentemente na formação de um leitor crítico. Refletiremos também como o processo metodológico de leitura abordado em sala de aula, comumente corroboram em práticas mecanicistas de leitura que são dissociados do contexto escolar. As experiências dos estágios curriculares, e de projetos de pesquisa na Universidade Federal da Paraíba revelam que é preciso entender a academia como o lugar da formação docente e o principal espaço de fomento e de incentivo para a educação crítica e reflexiva. É necessário incluir ainda os conteúdos, vivências e formações didáticas que refletirão nas práticas docentes dos que atuarão nas escolas. Torna-se imprescindível tal reflexão ser incluída no desenvolvimento dos estágios como forma de melhorar a capacidade técnica e crítica dos futuros docentes, bem como o meio da realização dos conteúdos teóricos sugeridos na prática escolar. É urgente considerar que a academia é não só o lugar de construir conhecimentos, mas também o de propor construções e transformações que a sociedade exige.