O presente trabalho objetiva estudar como se dá o processo de carnavalização e valorização do baixo corporal a partir de uma leitura descritiva do cordel dramático: O trovador encantado de Lourdes Ramalho. Por meio de uma linguagem repleta de expressões típicas do nordeste brasileiro, observaremos de que maneira o mundo às avessas se evidencia no contexto da obra, bem como da conduta dos personagens. Além desse aspecto, tencionamos compreender de que maneira a dramaturga radicada na Paraíba retoma elementos da cultura ibérica como: a figura do trovador, por exemplo, para dialogar com a tradição popular dos cantadores e violeiros repentistas do nordeste brasileiro. Além de um estudo crítico do texto ramalhiano, discorreremos sobre a marginalização que o texto dramático encontra na sala de aula, posto que a escola na maior parte das vezes privilegia apenas a encenação sem partir inicialmente de uma experiência de leitura de peças teatrais. Nesse sentido, elaboramos uma proposta de abordagem com essa peça na intenção de abrir possibilidades de incluir textos dessa natureza nas aulas da modalidade EJA. Mediante a leitura integral da peça em sala de aula, elaboramos uma abordagem metodológica privilegie o teatro na modalidade EJA (Educação de Jovens e Adultos), tendo em vista que essa modalidade do ensino não privilegia devidamente a leitura de peças teatrais nas aulas de Língua Portuguesa nem priorizam a criatividade no processo de ensino-aprendizagem. Para tanto, norteamos nossas discussões nas teorias de: Apolinário (2011), Bakhtin (1987), Lemaire (2011), Maciel e Andrade (2008), Malheiros (2010), Muniz (2007), Silva e Reis (1999) dentre outros.