Observamos na atualidade transformações paradigmáticas nas relações de gênero em que estereótipos estão sendo questionados ou desconstruídos, repercutindo, entre outros aspectos, em novos papéis e funções ocupados por homens e mulheres no que diz respeito à educação e aos cuidados de crianças. Este panorama de transformações ou reposicionamentos nas relações de gênero reflete um contexto contemporâneo em que os homens têm se situado em diferentes masculinidades, não se restringido ao tradicional afastamento das demandas infantis. Em vista deste cenário de mudanças, este trabalho objetiva destacar algumas comparações entre a literatura científica nacional e internacional a respeito da inserção de homens que atuam como educadores em ambientes de Educação Infantil. Ressalta-se a predominância de publicações que tentam explicar os fatores associados à ausência dos homens, atuando neste segmento educacional. Assim como produções que tentam problematizar os desafios e potenciais relacionados à permanência dos homens educadores de crianças pequenas. Vários estudos, nacionais e internacionais, apontam dificuldades similares vivenciadas pelos educadores, embora haja uma produção maior em nível internacional, especialmente em países europeus mais engajados em promover políticas em prol da equidade de gênero. Na literatura científica brasileira há poucos estudos sobre a temática e politicamente há alguns retrocessos nas pautas que tentam articular gênero e educação em nossa sociedade. Logo, é possível compreender diferentes cenários em relação a esta problemática e a manutenção de um ambiente de educação e cuidados que ainda permanece atrelado às presenças e às práticas das mulheres.