Um protocolo de tratamento antineoplásico comumente envolve o uso de medicamentos de suporte para profilaxia e manejo de reações adversas esperadas com o uso dos quimioterápicos e antineoplásicos. Protocolos com taxanos requerem o uso de anti-histamínicos, antieméticos e corticóides no preparo do paciente para receber o medicamento principal. Foi conduzida uma revisão da literatura e estudo de casos clínicos relevantes em uma instituição oncológica para avaliar os efeitos da reação adversa aos anti-histamínicos de primeira geração durante tratamento oncológico. O trabalho foi submetido ao comitê de Ética em Pesquisa com Seres humanos através da Plataforma Brasil, sendo aprovado com o número de parecer 4.345.810, do comitê de ética em pesquisa com seres humanos do Hospital Universitário Lauro Wanderley – UFPB. Dentre os medicamentos de suporte utilizados, está a difenidramina, um anti-histamínico agonista inverso dos receptores H1 da histamina, que age reduzindo os sintomas deflagrados pela liberação de histamina em possíveis reações alérgicas mediadas pela infusão do citostático ao ligar-se ao receptor H1 e impedir a ligação da histamina endógena. Foi observado que os pacientes que apresentavam a reação adversa queixavam-se de sensação de extrema inquietação, agitação motora, movimentos involuntários de membros, principalmente inferiores e mal estar generalizado. Essas reações são muito semelhantes aos sintomas da reação extrapiramidal, ocasionada pela alteração do metabolismo, secreção e ação do neurotransmissor serotonina. A difenidramina atravessa a barreira hematoencefálica e antagoniza os receptores H1 no sistema nervoso central, resultando em sonolência. Esse mecanismo pode estar por trás de reações adversas cruzadas com benzodiazepínicos, antidepressivos e outros mecanismos que agem a nível de Sistema Nervoso Central, afetando o bem estar e segurança dos pacientes em tratamento oncológico e explicando os quadros observados nos pacientes estudados.