A epistemologia ou filosofia da ciência, se refere a um estudo sistemático das condições de possibilidades, métodos e critérios do conhecimento científico. Quando nos referimos a epistemologia da fisioterapia, levamos em consideração seu objeto de estudo que é o movimento humano. O objetivo deste trabalho é levantar um questionamento acerca das bases teóricas que nortearam o desenvolvimento da fisioterapia em meio do seu objeto de estudo a partir de uma análise histórica do surgimento da profissão e de sua formação acadêmica, mostrando um pensamento crítico sobre a prática fisioterapêutica dentro e fora do ambiente acadêmico. Este estudo trata-se de um relato de experiência acerca das discussões realizadas durante a disciplina de Epistemologia da Fisioterapia. Durante os debates em sala, foi possível compreender que a visão mecânica proporcionada pelo modelo biomédico utilizado na maior parte das pesquisas realizadas na área da fisioterapia atualmente, não é suficiente para atender todas as demandas do adoecimento do corpo. Este modelo também influenciou a forma de ensino nas universidades, onde o modelo de ensino pedagógico ainda é deficitário e a prática fica restrita a conceitos conservadores e muitas vezes empiristas, com pouca ou nenhuma preocupação com o embasamento cientifico das técnicas utilizadas. Mesmo com o avanço da ciência e a nova tendência à prática baseada em evidências, por ser uma profissão historicamente tecnicista, a fisioterapia ainda enfrenta dificuldade em ampliar o conhecimento científico para fora do âmbito acadêmico, já que os estudantes não são preparados para pensar de forma filosófica acerca do conhecimento científico, o que se reflete em sua prática clínica. A fisioterapia enquanto ciência ainda precisa construir um marco teórico que sustente sua produção cientifica, se fazendo necessário romper as barreiras e modificar a forma que se faz ciência na fisioterapia.