Estudar as diatomáceas perifíticas é de grande importância pois estes organismos apresentam diferentes estratégias adaptativas e são ótimos indicadores biológicos, sendo sensíveis a distúrbios e capazes de fornecer informações sobre impactos ambientais. O trabalho tem como objetivo avaliar diferenças na estrutura da comunidade perifítica em reservatórios do semiárido e as implicações para a qualidade da água. Para isso, foram realizadas quatro amostragens nos reservatórios Poções e Cordeiro, localizados na Paraíba, Brasil. Foram selecionados 25 locais aleatoriamente no perímetro dos reservatórios. Para contagem das algas, foi realizada a raspagem dos substratos rochosos em uma área de 25cm² utilizando escovas de cerdas finas e jatos de água destilada e conservadas com solução de lugol a 1%. O índice de estado trófico (IET) foi realizado para avaliação do grau de trofia dos reservatórios. A existência de diferença significativa da biomassa entre os reservatórios foi determinada pelo Modelo Linear Generalizado (GLM) e posterior teste de Tukey. O reservatório Cordeiro foi classificado como mesotrófico e Poções como eutrófico. Um total de 31 táxons de diatomáceas foram identificados. Destacam-se com maior biomassa, as espécies Rhopalodia gibba (28,84%) e Gomphonema gracile (18,68%) em Cordeiro e Gomphonema gracile (42,04%) e Nitzschia dissipata (33,34%) em Poções,. A diversidade de espécies apresentou diferença significativa entre os reservatórios Cordeiro e Poções (F=18,546; p<0,001). Embora os reservatórios tenham apresentado graus de trofia diferentes, as espécies de diatomáceas de maior biomassa encontradas em ambos são indicadoras de impactos negativos, como poluentes orgânicos e aumento na concentração de nitrogênio e fósforo. Portanto, o conhecimento sobre a estrutura da comunidade é uma etapa importante para a conservação dos ecossistemas aquáticos e para o conhecimento da qualidade da água desses sistemas.