A Educação brasileira ainda enfrenta uma grande barreira em relação a inclusão de alunos com deficiência, onde nesse aspecto encontramos fortemente a criança surda. Por muito tempo a educação para tais alunos foi negligenciada. Portanto, muitas vezes, o surdo não é visto pela sociedade por sua pontencialidade, sua inteligência ou seu desempenho, e sim, por suas limitações. O Brasil adotou a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) por meio da Lei nº 10.436/2002, para a população surda brasileira, tendo como obrigação do Governo Federal disponibilizar pelos sistemas educacionais nas escolas municipais, estaduais e no ensino superior. A inclusão na formação acadêmica da Linguagem Brasileira de Sinais – LIBRAS, também está presente como parte integrante nos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN. A partir dessa medida, uma pessoa com deficiência auditiva tem entrado em contato com outros que se encontram na mesma condição. Dessa forma surge uma difusão muito maior da linguagem dos sinais para todos, principalmente para a família dessas pessoas.Nem todos os Estados e/ou cidades brasileiras estão preparadas para receber nas escolas alunos com deficiência, seja ela física, mental, visual ou auditiva, e muitas vezes o que deveria ser inclusão torna-se exclusão. Ainda há muito à ser feito para que o ensino torne-se satisfatório para todos, na questão da acessibilidade. A experiência a ser apresentada neste trabalho trata de uma criança de 12 anos portadora de deficiência auditiva, do 6º ano, da E.E.F. Prefeito Dr. Mozart Cardoso de Alencar, em Juazeiro do Norte – CE, participante do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID/Matemática da Universidade Regional do Cariri – URCA. Iniciamos o trabalho buscando informações sobre esta aluna, como por exemplo, se havia nascido sem a audição. A aluna nasceu com problemas de saúde, e decorrente deste, atingiu a audição. Foram realizados inúmeros exames. Fez acompanhamento com fonoaudiólogo, usou aparelho. Porém, ainda hoje, ela não consegue utilizar a fala de forma clara. Surgiu a necessidade de buscar informações sobre a sua infância, a qual foi bastante difícil, pela falta de conhecimento na área. Na sala de aula, a aluna é bastante preocupada com a sua aprendizagem, e por meio deste faz um esforço para participar e compartilhar as suas ideias durante as aulas. A aluna foi uma das pioneiras na escola onde estuda, pois até então não havia estudado nenhum aluno com tal deficiência. A escola não estava preparada para receber a aluna. A dificuldade nas aulas de Matemática era visível. Para atender e entender as dificuldades dessa aluna a professora buscou integrar-se a um curso profissionalizante em LIBRAS. Essa atitude da professora de Matemática levou a família também a buscar auxílio sobre LIBRAS, onde facilitaria a convivência desta aluna, junto a escola, a família e ao convívio social. O objetivo maior se funde em integrar a aluna no convívio com seus colegas, além de explorar conteúdo de Matemática. O resultado foi bastante satisfatório, pois ao concluirmos o trabalho, notamos que a aluna estava mais próxima dos colegas e que, a comunicação entre eles havia melhorado, mesmos com algumas limitações. Precisamos pensar na acessibilidade ao conhecimento para alunos portadores de algum tipo de deficiência, seja auditiva, física, visual ou qualquer que seja. É preciso professores especializados que auxiliem esses alunos durante o processo de ensino aprendizagem em sala de aula. Caso contrário, o acesso a aprendizagem em sala de aula se tornará cada vez mais difícil e excludente. E para o ensino da Matemática torna-se ainda pior, vendo que temos uma linguagem codificada. Faz-se necessário pensarmos a educação como uma forma de incluir, ou invés de excluir, seguir o processo mais simples.