No ano de 2014, os estados de Rondônia e Acre presenciaram a maior cheia já registrada em cem anos de medição do Rio Madeira (maior afluente do rio Amazonas, com 3315 km, sendo o 17º maior do mundo em extensão). O isolamento do estado do Acre e o caos nos municípios de Rondônia causaram grandes perdas materiais e culturais para a região além de enorme prejuízo ambiental. Aproveitando este cenário e seguindo as novas diretrizes da educação, que objetivam tirar o aluno de sala de aula onde se torna, mero expectador do saber, e através da interdisciplinaridade, que possibilita a interação do estudante de forma dinâmica na formação de seu conhecimento, um grupo de professores do Colégio Tiradentes da Polícia Militar, situado na capital de Rondônia, realizou uma aula com objetivo de promover a integração das diferentes disciplinas, a partir da visualização do meio ambiente e das áreas social, política e econômica através de um cenário único, a alagação da cidade provocada pela cheia do Rio Madeira. Para tanto, durante o mês de Abril de 2014, (segundo mês da cheia) turmas do 2º e 3º anos do ensino médio, divididas em dois grupos, foram levadas ás áreas alagadas da capital mais prejudicadas pela cheia. Durante a aula, os estudantes puderam realizar entrevistas com os moradores das áreas alagadas, documentação fotográfica, observação do cenário geral e ainda contemplar a contextualização por parte dos professores de Química, Biologia, História e Geografia em momentos propícios. Durante a explanação, os professores foram questionados sobre vários assuntos que iam desde a história da cidade e sua interação com o Rio Madeira passava pela preocupação com o aparecimento de doenças, auxílio da população desabrigada, impactos ambientais, sociais, econômicos e culturais na cidade como também as possíveis causas atuais dessa cheia histórica. Ao término da expedição os estudantes foram conduzidos a uma das escolas, onde uma parte da população desabrigada estava alojada para a entrega de roupas, mantimentos e alimentos interagindo com as famílias e exercitando a cidadania através da convivência e do desenvolvimento do pensamento crítico sobre seu ambiente social. Na volta à sala de aula, os estudantes foram avaliados a partir da discussão das impressões pessoais, além dos documentários que fizeram em vídeos e relatórios a cerca das observações e opiniões próprias. Ao final deste processo pode-se concluir que a interação do estudante com a realidade a sua volta, faz com que este se sinta parte do processo de ensino-aprendizagem, correlacionando as disciplinas apresentadas nas escolas com o mundo em que está inserido.