Artigo Anais do VIII ENALIC

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-3234

PANDEMIAS DE ONTEM, SINDEMIAS DE HOJE: O ENSINO DE HISTÓRIA DAS DOENÇAS EM TEMPOS DE COVID-19

Palavra-chaves: COVID-19, DOENÇAS, LIVROS DIDATICOS, SINDEMIA, HISTÓRIA Comunicação Oral (CO) ET 01: Processos de Ensino e aprendizagem
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      HISTÓRIA DAS DOENÇAS EM TEMPOS DE COVID-19
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      COMO SABEMOS, A ATUAL PANDEMIA TROUXE INÚMEROS IMPACTOS PARA A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA, NÃO \r\n
      SENDO DIFERENTE NO CASO DO ENSINO, SOBRETUDO NO NÍVEL BÁSICO. JÁ PASSAM DE MAIS DE UM MILHÃO DE \r\n
      MORTOS PELA COVID-19, UM SALDO DEVASTADOR ALCANÇADO DESDE O MOMENTO EM QUE A ORGANIZAÇÃO \r\n
      MUNDIAL DA SAÚDE (OMS), DECLAROU A PANDEMIA EM MARÇO DE 2020. COM AS RESTRIÇÕES IMPOSTAS PELOS \r\n
      ÓRGÃOS SANITÁRIOS E GOVERNAMENTAIS, O COTIDIANO E AS RELAÇÕES FORAM MODIFICADOS, NÃO SAINDO ILESAS AS \r\n
      CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM IDADE ESCOLAR. UMA NOVA REALIDADE, COM AULAS REMOTAS, SE FEZ PRESENTES EM \r\n
      UM CURTO PERÍODO DE TEMPO. PARA ALÉM DISSO, HOUVE TAMBÉM UMA ACENTUAÇÃO DA DESIGUALDADE E UMA \r\n
      MAIOR PERCEPÇÃO DAS DIFICULDADES DE ACESSO À TECNOLOGIA, SOBRETUDO NO TOCANTE AO ENSINO PÚBLICO.\r\n
      ENTENDENDO QUE A GRANDE MORTALIDADE TRAZIDA PELA COVID-19 ESTÁ RELACIONADA COM OUTRAS PATOLOGIAS \r\n
      E, SOBRETUDO, EVIDENCIANDO E CAUSANDO INÚMEROS IMPACTOS DE ORDEM SOCIAL, CONSIDERAMOS IMPORTANTE \r\n
      DISCUTIR O CONCEITO DE SINDEMIA, CUNHADO PELO ANTROPÓLOGO E MÉDICO AMERICANO MERRIL SINGER, EM \r\n
      SUAS PALAVRAS, SINDEMIA É “UM CONJUNTO DE PROBLEMAS DE SAÚDE INTIMAMENTE INTERLIGADOS E QUE \r\n
      AUMENTAM MUTUAMENTE, QUE AFETAM SIGNIFICATIVAMENTE O ESTADO GERAL DE SAÚDE DE UMA POPULAÇÃO NO \r\n
      CONTEXTO DE PERSISTÊNCIA DE CONDIÇÕES SOCIAIS ADVERSAS” (SINGER, P.99, 1996).\r\n
      AINDA CONFORME ESSA TEORIA, O CONTEXTO SOCIAL, AMBIENTAL E ECONÔMICO É DETERMINANTE PARA A INTERAÇÃO \r\n
      DE DOENÇAS COEXISTENTES, DESTA FORMA AS DOENÇAS SE AGLOMERAM DE MANEIRA DESPROPORCIONAL, \r\n
      INFLUENCIADAS POR QUESTÕES ESTRUTURAIS (SINGER,1996). CONSIDERANDO QUE O ENSINO DE HISTÓRIA TEM ENTRE \r\n
      OS SEUS PRINCIPAIS OBJETIVOS PROPORCIONAR UMA FORMAÇÃO CIDADÃ, E ATRAVÉS DOS PRESSUPOSTOS \r\n
      APRESENTADOS POR MARIA AUXILIADORA SCHMIDT E MARLENE CAINELLI (2004), ONDE VEMOS QUE O ENSINO DE \r\n
      HISTÓRIA DEVE PROPORCIONAR NOS ALUNOS UMA REFLEXÃO DE SEU COTIDIANO E QUE, CONFORME APONTA JAQUES LE \r\n
      GOFF (1985) A DOENÇA PERTENCE A HISTÓRIA, NÃO PERTENCE APENAS AOS CONHECIMENTOS CIENTÍFICOS E \r\n
      TECNOLÓGICOS, IGUALMENTE PERTENCE A HISTÓRIA SOCIAL.\r\n
      A PARTIR DO QUE É – COMUMENTE – APRESENTADO NOS MATERIAIS DIDÁTICOS, PERCEBE-SE UMA AUSÊNCIA DE \r\n
      TRATATIVAS A RESPEITO DO IMPACTO DAS EPIDEMIAS NAS SOCIEDADES, SENDO RARAMENTE RETRATADAS NOS LIVROS \r\n
      DIDÁTICOS DE HISTÓRIA. NESSE SENTIDO, ESTE TRABALHO BUSCA ELENCAR AS POSSIBILIDADES DE DISCUSSÃO EM SALA \r\n
      DE AULA, LEVANDO FONTES PRIMÁRIAS, A FIM DE, JUNTAMENTE COM OS ALUNOS, PROMOVER O SABER HISTÓRICO \r\n
      E CRÍTICO. COMO RECORTE PARA A DISCUSSÃO, PROPOMOS DISCUTIR O SÉCULO XVIII NA AMÉRICA \r\n
      COLONIAL, ELENCANDO EPIDEMIAS E TRATAMENTOS OCORRIDOS NO PERÍODO, NOS DOMÍNIOS DA ESPANHA E \r\n
      PORTUGAL. PARA ISSO, A PARTIR DAS EXPERIÊNCIAS DOS AUTORES DESTE TRABALHO ATRAVÉS DO PROGRAMA \r\n
      DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E DO PROGRAMA RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA, A DISCUSSÃO SERÁ FEITA ATRAVÉS \r\n
      DE ALGUNS EXCERTOS DE FONTES PRIMÁRIAS COMO AS “CARTAS ÂNUAS DE LA PROVÍNCIA JESUÍTICA DEL \r\n
      PARAGUAY” (1714-1762), ESCRITA PELOS PADRES JESUÍTAS NA BACIA PLATINA E O MANUAL DE MEDICINA \r\n
      “ERÁRIO MINERAL” (1735) ESCRITO PELO CIRURGIÃO PORTUGUÊS LUÍS GOMES FERREIRA, QUE VERSAM SOBRE AS \r\n
      EPIDEMIAS E TRATAMENTOS MÉDICOS NA AMÉRICA COLONIAL ATRAVÉS DO TRABALHO COM AS FONTES PRIMÁRIAS EM SALA DE AULA, TEMOS POR OBJETIVO NÃO SÓ EVIDENCIAR O \r\n
      IMPACTO DAS DOENÇAS NOS DIFERENTES TEMPOS E ESPAÇOS – NESSE CASO, NA AMÉRICA DO SÉCULO XVIII – MAS \r\n
      TAMBÉM A PROMOÇÃO DE UM SENSO CRÍTICO QUE POSSIBILITE UMA MAIOR COMPREENSÃO DA REALIDADE QUE OS \r\n
      CERCAM, E TAMBÉM O CONCEITO DE SINDEMIA, COMO MEIO DE INTERPRETAÇÃO DA REALIDADE ATUAL. PARA O \r\n
      FILOSOFO MICHEL FOUCAULT (2000) É ESSENCIAL ESTUDAR AS FORMAS COMO OS SABERES SE CONFRONTAVAM, DE \r\n
      MODO QUE ALGUMAS FORMAS DOS SABERES SE CONSAGRAM HISTORICAMENTE E OUTRAS NÃO, AO USAR O CONCEITO \r\n
      DE “ARQUEOLOGIA”, COMO UMA ANALOGIA, FOUCAULT (2000) TEM POR OBJETIVO MOSTRAR QUE O ARQUEÓLOGO NO \r\n
      SENTIDO LITERAL ESCAVA, DESTA FORMA “RECONSTRÓI A HISTÓRIA”. SENDO ASSIM, SEGUNDO FOUCAULT (2000), OS \r\n
      SABERES ESTÃO DISPUTANDO HEGEMONIA, POR ISSO AO ANALISAR UM PERÍODO DA HISTÓRIA PRECISAMOS “ESCAVAR”, \r\n
      PARA PODER RECONSTRUIR O CENÁRIO DO PASSADO, QUE ACABOU SENDO OBSCURECIDO.\r\n
      A PARTIR DA ANÁLISE DE LIVROS DIDÁTICOS VOLTADOS AO ENSINO BÁSICO, CONSIDERAMOS QUE, EM GERAL, A \r\n
      HISTÓRIA DAS DOENÇAS FOI SOTERRADA PELA HISTORIOGRAFIA, DE MODO QUE OS IMPACTOS PROPORCIONADOS PELAS \r\n
      EPIDEMIAS COSTUMAM FICAR EM SEGUNDO PLANO. POR CONTA DISSO, PROPOMOS O USO DE EXCERTOS DAS \r\n
      PRIMÁRIAS EM SALA DE AULA, SENDO AS “CARTAS ÂNUAS DE LA PROVÍNCIA JESUÍTICA DEL PARAGUAY” (1714-\r\n
      1762), QUE NARRAM OS MOMENTOS DE EPIDEMIAS NAS REDUÇÕES JESUÍTICAS DA BACIA PLATINA, E OS \r\n
      TRATAMENTOS ADOTADOS, COMO POR EXEMPLO, UMA ESPÉCIE DE “ISOLAMENTO SOCIAL”. ALÉM DESTA, TAMBÉM \r\n
      NOS UTILIZAMOS DO “ERÁRIO MINERAL” (1735) DE LUÍS GOMES FERREIRA, ONDE SÃO DEMONSTRADOS \r\n
      TRATAMENTOS PARA ENFERMIDADES NAS MINAS GERAIS SETESCENTISTAS.\r\n
      PARA ALÉM DISSO, ATRAVÉS DOS PRESSUPOSTOS APRESENTADOS POR MARIA AUXILIADORA SCHMIDT E MARLENE \r\n
      CAINELLI (2004), ACERCA DO ENSINO DE HISTÓRIA, E DO CONCEITO DE SINDEMIA APRESENTADO POR MERRIL \r\n
      SINGER, BUSCAMOS ATRAVÉS DA PROPOSTA DE ANÁLISE DAS FONTES EM SALA DE AULA, DISCUTIR OS IMPACTOS \r\n
      BIOLÓGICOS, SOCIAIS E ECONÔMICOS DAS EPIDEMIAS E, DO MESMO MODO, PROMOVER UMA CONSCIÊNCIA CRÍTICA \r\n
      E O ENTENDIMENTO DE PERTENCIMENTO À HISTÓRIA ATRAVÉS DAS RELAÇÕES COTIDIANAS ATUAIS. PORTANTO, \r\n
      ENTENDENDO OS IMPACTOS TRAZIDOS ATRAVÉS DA PANDEMIA DA COVID-19, MODIFICANDO MUITAS REALIDADES –\r\n
      NÃO DIFERENTE NO MUNDO ESTUDANTIL – VIMOS COMO NECESSIDADE DISCUTIR A RELAÇÃO DAS DOENÇAS COM A \r\n
      HISTÓRIA. PARA ISSO, ENTENDEMOS COMO PLAUSÍVEL A DISCUSSÃO DO CONCEITO DE SINDEMIA, ONDE PODEMOS \r\n
      COMPREENDER A DESIGUALDADE DOS IMPACTOS DAS DOENÇAS EM DIFERENTES GRUPOS, SOBRETUDO OS MAIS \r\n
      VULNERÁVEIS EM TERMOS SOCIOECONÔMICOS.\r\n
      COMO RECURSO PARA TAIS DISCUSSÕES, PERCEBEMOS NAS FONTES PRIMÁRIAS ELENCADAS UM POTENCIAL DE \r\n
      UTILIZAÇÃO EM SALA DE AULA, COMO MEIO NÃO SÓ DE TRABALHAR OS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS ESTABELECIDOS \r\n
      PELA LEGISLAÇÃO – HISTÓRIA DA AMÉRICA/DO BRASIL COLONIAL – MAS TAMBÉM COMO MEIO DE DISCUTIR OS \r\n
      TEMPOS ATUAIS, DANDO SIGNIFICAÇÃO DE PERTENCIMENTO À HISTÓRIA AO COTIDIANO DOS ALUNOS. A PARTIR DAS \r\n
      EXPERIÊNCIAS PESSOAIS DE AMBOS OS AUTORES TANTO NO PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, TANTO NO \r\n
      PROGRAMA RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA, ENTENDEMOS TAMBÉM COMO UM MEIO DE BUSCAR A APROXIMAÇÃO DOS \r\n
      CONHECIMENTOS PRODUZIDOS NA ACADEMIA ATUALMENTE, COM AS DISCUSSÕES EM SALA DE AULA, BUSCANDO \r\n
      PROMOVER UM MELHOR ENSINO DE HISTÓRIA.\r\n
      PALAVRAS-CHAVE: COVID- 19; DOENÇAS; LIVROS DIDÁTICOS; SINDEMIA; HISTÓRIA.\r\n
      REFERÊNCIAS:\r\n
      BACELLAR, CARLOS. USO E MAU USO DOS ARQUIVOS. IN: PINSKY, CARLA BASSANEZI. FONTES HISTÓRICAS. \r\n
      [S. L.: S. N.], 2005.9-EUGENIO.\r\n
      FERREIRA, LUÍS GOMES. ERÁRIO MINERAL. ORG. JÚNIA FERREIRA FURTADO. BELO HORIZONTE: FUNDAÇÃO \r\n
      JOÃO PINHEIRO/ RIO DE JANEIRO: FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. 2002.\r\n
      FOUCAULT, MICHEL. AS PALAVRAS E AS COISAS. SÃO PAULO: MARTINS FONTES, 1995.\r\n
      JESUITAS. 2017. CARTAS ÂNUAS DE LA PROVINCIA JESUITICA DE PARAGUAY. 1714-1720. 1720-1730. \r\n
      1730-1735. 1735-1743. 1750-1756. 1756-1762. BIBLIOTECA DE ESTUDIOS PARAGUAYOS, ASUNCIÓN, V.112.\r\n
      LE GOFF, JACQUES (ORG). AS DOENÇAS TEM HISTÓRIA. LISBOA: TERRAMAR, 1985
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      AUMENTAM MUTUAMENTE, QUE AFETAM SIGNIFICATIVAMENTE O ESTADO GERAL DE SAÚDE DE UMA POPULAÇÃO NO \r\n
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      AINDA CONFORME ESSA TEORIA, O CONTEXTO SOCIAL, AMBIENTAL E ECONÔMICO É DETERMINANTE PARA A INTERAÇÃO \r\n
      DE DOENÇAS COEXISTENTES, DESTA FORMA AS DOENÇAS SE AGLOMERAM DE MANEIRA DESPROPORCIONAL, \r\n
      INFLUENCIADAS POR QUESTÕES ESTRUTURAIS (SINGER,1996). CONSIDERANDO QUE O ENSINO DE HISTÓRIA TEM ENTRE \r\n
      OS SEUS PRINCIPAIS OBJETIVOS PROPORCIONAR UMA FORMAÇÃO CIDADÃ, E ATRAVÉS DOS PRESSUPOSTOS \r\n
      APRESENTADOS POR MARIA AUXILIADORA SCHMIDT E MARLENE CAINELLI (2004), ONDE VEMOS QUE O ENSINO DE \r\n
      HISTÓRIA DEVE PROPORCIONAR NOS ALUNOS UMA REFLEXÃO DE SEU COTIDIANO E QUE, CONFORME APONTA JAQUES LE \r\n
      GOFF (1985) A DOENÇA PERTENCE A HISTÓRIA, NÃO PERTENCE APENAS AOS CONHECIMENTOS CIENTÍFICOS E \r\n
      TECNOLÓGICOS, IGUALMENTE PERTENCE A HISTÓRIA SOCIAL.\r\n
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      TRATATIVAS A RESPEITO DO IMPACTO DAS EPIDEMIAS NAS SOCIEDADES, SENDO RARAMENTE RETRATADAS NOS LIVROS \r\n
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      DE AULA, LEVANDO FONTES PRIMÁRIAS, A FIM DE, JUNTAMENTE COM OS ALUNOS, PROMOVER O SABER HISTÓRICO \r\n
      E CRÍTICO. COMO RECORTE PARA A DISCUSSÃO, PROPOMOS DISCUTIR O SÉCULO XVIII NA AMÉRICA \r\n
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      DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E DO PROGRAMA RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA, A DISCUSSÃO SERÁ FEITA ATRAVÉS \r\n
      DE ALGUNS EXCERTOS DE FONTES PRIMÁRIAS COMO AS “CARTAS ÂNUAS DE LA PROVÍNCIA JESUÍTICA DEL \r\n
      PARAGUAY” (1714-1762), ESCRITA PELOS PADRES JESUÍTAS NA BACIA PLATINA E O MANUAL DE MEDICINA \r\n
      “ERÁRIO MINERAL” (1735) ESCRITO PELO CIRURGIÃO PORTUGUÊS LUÍS GOMES FERREIRA, QUE VERSAM SOBRE AS \r\n
      EPIDEMIAS E TRATAMENTOS MÉDICOS NA AMÉRICA COLONIAL ATRAVÉS DO TRABALHO COM AS FONTES PRIMÁRIAS EM SALA DE AULA, TEMOS POR OBJETIVO NÃO SÓ EVIDENCIAR O \r\n
      IMPACTO DAS DOENÇAS NOS DIFERENTES TEMPOS E ESPAÇOS – NESSE CASO, NA AMÉRICA DO SÉCULO XVIII – MAS \r\n
      TAMBÉM A PROMOÇÃO DE UM SENSO CRÍTICO QUE POSSIBILITE UMA MAIOR COMPREENSÃO DA REALIDADE QUE OS \r\n
      CERCAM, E TAMBÉM O CONCEITO DE SINDEMIA, COMO MEIO DE INTERPRETAÇÃO DA REALIDADE ATUAL. PARA O \r\n
      FILOSOFO MICHEL FOUCAULT (2000) É ESSENCIAL ESTUDAR AS FORMAS COMO OS SABERES SE CONFRONTAVAM, DE \r\n
      MODO QUE ALGUMAS FORMAS DOS SABERES SE CONSAGRAM HISTORICAMENTE E OUTRAS NÃO, AO USAR O CONCEITO \r\n
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      SENTIDO LITERAL ESCAVA, DESTA FORMA “RECONSTRÓI A HISTÓRIA”. SENDO ASSIM, SEGUNDO FOUCAULT (2000), OS \r\n
      SABERES ESTÃO DISPUTANDO HEGEMONIA, POR ISSO AO ANALISAR UM PERÍODO DA HISTÓRIA PRECISAMOS “ESCAVAR”, \r\n
      PARA PODER RECONSTRUIR O CENÁRIO DO PASSADO, QUE ACABOU SENDO OBSCURECIDO.\r\n
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      HISTÓRIA DAS DOENÇAS FOI SOTERRADA PELA HISTORIOGRAFIA, DE MODO QUE OS IMPACTOS PROPORCIONADOS PELAS \r\n
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      PRIMÁRIAS EM SALA DE AULA, SENDO AS “CARTAS ÂNUAS DE LA PROVÍNCIA JESUÍTICA DEL PARAGUAY” (1714-\r\n
      1762), QUE NARRAM OS MOMENTOS DE EPIDEMIAS NAS REDUÇÕES JESUÍTICAS DA BACIA PLATINA, E OS \r\n
      TRATAMENTOS ADOTADOS, COMO POR EXEMPLO, UMA ESPÉCIE DE “ISOLAMENTO SOCIAL”. ALÉM DESTA, TAMBÉM \r\n
      NOS UTILIZAMOS DO “ERÁRIO MINERAL” (1735) DE LUÍS GOMES FERREIRA, ONDE SÃO DEMONSTRADOS \r\n
      TRATAMENTOS PARA ENFERMIDADES NAS MINAS GERAIS SETESCENTISTAS.\r\n
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      CAINELLI (2004), ACERCA DO ENSINO DE HISTÓRIA, E DO CONCEITO DE SINDEMIA APRESENTADO POR MERRIL \r\n
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      ENTENDENDO OS IMPACTOS TRAZIDOS ATRAVÉS DA PANDEMIA DA COVID-19, MODIFICANDO MUITAS REALIDADES –\r\n
      NÃO DIFERENTE NO MUNDO ESTUDANTIL – VIMOS COMO NECESSIDADE DISCUTIR A RELAÇÃO DAS DOENÇAS COM A \r\n
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      COMPREENDER A DESIGUALDADE DOS IMPACTOS DAS DOENÇAS EM DIFERENTES GRUPOS, SOBRETUDO OS MAIS \r\n
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      PELA LEGISLAÇÃO – HISTÓRIA DA AMÉRICA/DO BRASIL COLONIAL – MAS TAMBÉM COMO MEIO DE DISCUTIR OS \r\n
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      PROMOVER UM MELHOR ENSINO DE HISTÓRIA.\r\n
      PALAVRAS-CHAVE: COVID- 19; DOENÇAS; LIVROS DIDÁTICOS; SINDEMIA; HISTÓRIA.\r\n
      REFERÊNCIAS:\r\n
      BACELLAR, CARLOS. USO E MAU USO DOS ARQUIVOS. IN: PINSKY, CARLA BASSANEZI. FONTES HISTÓRICAS. \r\n
      [S. L.: S. N.], 2005.9-EUGENIO.\r\n
      FERREIRA, LUÍS GOMES. ERÁRIO MINERAL. ORG. JÚNIA FERREIRA FURTADO. BELO HORIZONTE: FUNDAÇÃO \r\n
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Publicado em 06 de abril de 2022

Resumo

COMO SABEMOS, A ATUAL PANDEMIA TROUXE INÚMEROS IMPACTOS PARA A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA, NÃO SENDO DIFERENTE NO CASO DO ENSINO, SOBRETUDO NO NÍVEL BÁSICO. JÁ PASSAM DE MAIS DE UM MILHÃO DE MORTOS PELA COVID-19, UM SALDO DEVASTADOR ALCANÇADO DESDE O MOMENTO EM QUE A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS), DECLAROU A PANDEMIA EM MARÇO DE 2020. COM AS RESTRIÇÕES IMPOSTAS PELOS ÓRGÃOS SANITÁRIOS E GOVERNAMENTAIS, O COTIDIANO E AS RELAÇÕES FORAM MODIFICADOS, NÃO SAINDO ILESAS AS CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM IDADE ESCOLAR. UMA NOVA REALIDADE, COM AULAS REMOTAS, SE FEZ PRESENTES EM UM CURTO PERÍODO DE TEMPO. PARA ALÉM DISSO, HOUVE TAMBÉM UMA ACENTUAÇÃO DA DESIGUALDADE E UMA MAIOR PERCEPÇÃO DAS DIFICULDADES DE ACESSO À TECNOLOGIA, SOBRETUDO NO TOCANTE AO ENSINO PÚBLICO. ENTENDENDO QUE A GRANDE MORTALIDADE TRAZIDA PELA COVID-19 ESTÁ RELACIONADA COM OUTRAS PATOLOGIAS E, SOBRETUDO, EVIDENCIANDO E CAUSANDO INÚMEROS IMPACTOS DE ORDEM SOCIAL, CONSIDERAMOS IMPORTANTE DISCUTIR O CONCEITO DE SINDEMIA, CUNHADO PELO ANTROPÓLOGO E MÉDICO AMERICANO MERRIL SINGER, EM SUAS PALAVRAS, SINDEMIA É “UM CONJUNTO DE PROBLEMAS DE SAÚDE INTIMAMENTE INTERLIGADOS E QUE AUMENTAM MUTUAMENTE, QUE AFETAM SIGNIFICATIVAMENTE O ESTADO GERAL DE SAÚDE DE UMA POPULAÇÃO NO CONTEXTO DE PERSISTÊNCIA DE CONDIÇÕES SOCIAIS ADVERSAS” (SINGER, P.99, 1996). AINDA CONFORME ESSA TEORIA, O CONTEXTO SOCIAL, AMBIENTAL E ECONÔMICO É DETERMINANTE PARA A INTERAÇÃO DE DOENÇAS COEXISTENTES, DESTA FORMA AS DOENÇAS SE AGLOMERAM DE MANEIRA DESPROPORCIONAL, INFLUENCIADAS POR QUESTÕES ESTRUTURAIS (SINGER,1996). CONSIDERANDO QUE O ENSINO DE HISTÓRIA TEM ENTRE OS SEUS PRINCIPAIS OBJETIVOS PROPORCIONAR UMA FORMAÇÃO CIDADÃ, E ATRAVÉS DOS PRESSUPOSTOS APRESENTADOS POR MARIA AUXILIADORA SCHMIDT E MARLENE CAINELLI (2004), ONDE VEMOS QUE O ENSINO DE HISTÓRIA DEVE PROPORCIONAR NOS ALUNOS UMA REFLEXÃO DE SEU COTIDIANO E QUE, CONFORME APONTA JAQUES LE GOFF (1985) A DOENÇA PERTENCE A HISTÓRIA, NÃO PERTENCE APENAS AOS CONHECIMENTOS CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS, IGUALMENTE PERTENCE A HISTÓRIA SOCIAL. A PARTIR DO QUE É – COMUMENTE – APRESENTADO NOS MATERIAIS DIDÁTICOS, PERCEBE-SE UMA AUSÊNCIA DE TRATATIVAS A RESPEITO DO IMPACTO DAS EPIDEMIAS NAS SOCIEDADES, SENDO RARAMENTE RETRATADAS NOS LIVROS DIDÁTICOS DE HISTÓRIA. NESSE SENTIDO, ESTE TRABALHO BUSCA ELENCAR AS POSSIBILIDADES DE DISCUSSÃO EM SALA DE AULA, LEVANDO FONTES PRIMÁRIAS, A FIM DE, JUNTAMENTE COM OS ALUNOS, PROMOVER O SABER HISTÓRICO E CRÍTICO. COMO RECORTE PARA A DISCUSSÃO, PROPOMOS DISCUTIR O SÉCULO XVIII NA AMÉRICA COLONIAL, ELENCANDO EPIDEMIAS E TRATAMENTOS OCORRIDOS NO PERÍODO, NOS DOMÍNIOS DA ESPANHA E PORTUGAL. PARA ISSO, A PARTIR DAS EXPERIÊNCIAS DOS AUTORES DESTE TRABALHO ATRAVÉS DO PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E DO PROGRAMA RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA, A DISCUSSÃO SERÁ FEITA ATRAVÉS DE ALGUNS EXCERTOS DE FONTES PRIMÁRIAS COMO AS “CARTAS ÂNUAS DE LA PROVÍNCIA JESUÍTICA DEL PARAGUAY” (1714-1762), ESCRITA PELOS PADRES JESUÍTAS NA BACIA PLATINA E O MANUAL DE MEDICINA “ERÁRIO MINERAL” (1735) ESCRITO PELO CIRURGIÃO PORTUGUÊS LUÍS GOMES FERREIRA, QUE VERSAM SOBRE AS EPIDEMIAS E TRATAMENTOS MÉDICOS NA AMÉRICA COLONIAL ATRAVÉS DO TRABALHO COM AS FONTES PRIMÁRIAS EM SALA DE AULA, TEMOS POR OBJETIVO NÃO SÓ EVIDENCIAR O IMPACTO DAS DOENÇAS NOS DIFERENTES TEMPOS E ESPAÇOS – NESSE CASO, NA AMÉRICA DO SÉCULO XVIII – MAS TAMBÉM A PROMOÇÃO DE UM SENSO CRÍTICO QUE POSSIBILITE UMA MAIOR COMPREENSÃO DA REALIDADE QUE OS CERCAM, E TAMBÉM O CONCEITO DE SINDEMIA, COMO MEIO DE INTERPRETAÇÃO DA REALIDADE ATUAL. PARA O FILOSOFO MICHEL FOUCAULT (2000) É ESSENCIAL ESTUDAR AS FORMAS COMO OS SABERES SE CONFRONTAVAM, DE MODO QUE ALGUMAS FORMAS DOS SABERES SE CONSAGRAM HISTORICAMENTE E OUTRAS NÃO, AO USAR O CONCEITO DE “ARQUEOLOGIA”, COMO UMA ANALOGIA, FOUCAULT (2000) TEM POR OBJETIVO MOSTRAR QUE O ARQUEÓLOGO NO SENTIDO LITERAL ESCAVA, DESTA FORMA “RECONSTRÓI A HISTÓRIA”. SENDO ASSIM, SEGUNDO FOUCAULT (2000), OS SABERES ESTÃO DISPUTANDO HEGEMONIA, POR ISSO AO ANALISAR UM PERÍODO DA HISTÓRIA PRECISAMOS “ESCAVAR”, PARA PODER RECONSTRUIR O CENÁRIO DO PASSADO, QUE ACABOU SENDO OBSCURECIDO. A PARTIR DA ANÁLISE DE LIVROS DIDÁTICOS VOLTADOS AO ENSINO BÁSICO, CONSIDERAMOS QUE, EM GERAL, A HISTÓRIA DAS DOENÇAS FOI SOTERRADA PELA HISTORIOGRAFIA, DE MODO QUE OS IMPACTOS PROPORCIONADOS PELAS EPIDEMIAS COSTUMAM FICAR EM SEGUNDO PLANO. POR CONTA DISSO, PROPOMOS O USO DE EXCERTOS DAS PRIMÁRIAS EM SALA DE AULA, SENDO AS “CARTAS ÂNUAS DE LA PROVÍNCIA JESUÍTICA DEL PARAGUAY” (1714- 1762), QUE NARRAM OS MOMENTOS DE EPIDEMIAS NAS REDUÇÕES JESUÍTICAS DA BACIA PLATINA, E OS TRATAMENTOS ADOTADOS, COMO POR EXEMPLO, UMA ESPÉCIE DE “ISOLAMENTO SOCIAL”. ALÉM DESTA, TAMBÉM NOS UTILIZAMOS DO “ERÁRIO MINERAL” (1735) DE LUÍS GOMES FERREIRA, ONDE SÃO DEMONSTRADOS TRATAMENTOS PARA ENFERMIDADES NAS MINAS GERAIS SETESCENTISTAS. PARA ALÉM DISSO, ATRAVÉS DOS PRESSUPOSTOS APRESENTADOS POR MARIA AUXILIADORA SCHMIDT E MARLENE CAINELLI (2004), ACERCA DO ENSINO DE HISTÓRIA, E DO CONCEITO DE SINDEMIA APRESENTADO POR MERRIL SINGER, BUSCAMOS ATRAVÉS DA PROPOSTA DE ANÁLISE DAS FONTES EM SALA DE AULA, DISCUTIR OS IMPACTOS BIOLÓGICOS, SOCIAIS E ECONÔMICOS DAS EPIDEMIAS E, DO MESMO MODO, PROMOVER UMA CONSCIÊNCIA CRÍTICA E O ENTENDIMENTO DE PERTENCIMENTO À HISTÓRIA ATRAVÉS DAS RELAÇÕES COTIDIANAS ATUAIS. PORTANTO, ENTENDENDO OS IMPACTOS TRAZIDOS ATRAVÉS DA PANDEMIA DA COVID-19, MODIFICANDO MUITAS REALIDADES – NÃO DIFERENTE NO MUNDO ESTUDANTIL – VIMOS COMO NECESSIDADE DISCUTIR A RELAÇÃO DAS DOENÇAS COM A HISTÓRIA. PARA ISSO, ENTENDEMOS COMO PLAUSÍVEL A DISCUSSÃO DO CONCEITO DE SINDEMIA, ONDE PODEMOS COMPREENDER A DESIGUALDADE DOS IMPACTOS DAS DOENÇAS EM DIFERENTES GRUPOS, SOBRETUDO OS MAIS VULNERÁVEIS EM TERMOS SOCIOECONÔMICOS. COMO RECURSO PARA TAIS DISCUSSÕES, PERCEBEMOS NAS FONTES PRIMÁRIAS ELENCADAS UM POTENCIAL DE UTILIZAÇÃO EM SALA DE AULA, COMO MEIO NÃO SÓ DE TRABALHAR OS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS ESTABELECIDOS PELA LEGISLAÇÃO – HISTÓRIA DA AMÉRICA/DO BRASIL COLONIAL – MAS TAMBÉM COMO MEIO DE DISCUTIR OS TEMPOS ATUAIS, DANDO SIGNIFICAÇÃO DE PERTENCIMENTO À HISTÓRIA AO COTIDIANO DOS ALUNOS. A PARTIR DAS EXPERIÊNCIAS PESSOAIS DE AMBOS OS AUTORES TANTO NO PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, TANTO NO PROGRAMA RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA, ENTENDEMOS TAMBÉM COMO UM MEIO DE BUSCAR A APROXIMAÇÃO DOS CONHECIMENTOS PRODUZIDOS NA ACADEMIA ATUALMENTE, COM AS DISCUSSÕES EM SALA DE AULA, BUSCANDO PROMOVER UM MELHOR ENSINO DE HISTÓRIA. PALAVRAS-CHAVE: COVID- 19; DOENÇAS; LIVROS DIDÁTICOS; SINDEMIA; HISTÓRIA. REFERÊNCIAS: BACELLAR, CARLOS. USO E MAU USO DOS ARQUIVOS. IN: PINSKY, CARLA BASSANEZI. FONTES HISTÓRICAS. [S. L.: S. N.], 2005.9-EUGENIO. FERREIRA, LUÍS GOMES. ERÁRIO MINERAL. ORG. JÚNIA FERREIRA FURTADO. BELO HORIZONTE: FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO/ RIO DE JANEIRO: FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. 2002. FOUCAULT, MICHEL. AS PALAVRAS E AS COISAS. SÃO PAULO: MARTINS FONTES, 1995. JESUITAS. 2017. CARTAS ÂNUAS DE LA PROVINCIA JESUITICA DE PARAGUAY. 1714-1720. 1720-1730. 1730-1735. 1735-1743. 1750-1756. 1756-1762. BIBLIOTECA DE ESTUDIOS PARAGUAYOS, ASUNCIÓN, V.112. LE GOFF, JACQUES (ORG). 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