Alguns importantes autores assinalam que vivemos sob os ditames de uma crise estrutural do capital. Mészáros (2002) aponta para a maior característica desta crise sem precedentes: coisificação e mercantilização da humanidade. Essa crise, segundo Tonet (2005) recai também sobre a educação, numa tentativa de reduzir o caráter emancipador que a educação deveria ter, a uma prestação de serviço e reprodução da lógica capitalista. Nesse contexto, surge o Movimento de Educação Para Todos, uma das esferas das Metas do Milênio, configurando-se num pacto pró-educação funcional vislumbrado por organismos internacionais como a Organização das Nações Unidas para a Ciência, a Cultura e a Educação e o Banco Mundial. Em 1990, na Tailândia, surge a proposta de universalização da educação, num aclame a uma “educação do futuro”, baseada na renovação dos sistemas educacionais, agora introduzidos no intenso mundo globalizado. Deste modo, é no papel do professor – visto como central nessas transformações – que a responsabilidade de adequação educacional decai. Pudemos observar, após mapeamento de diversos autores, como Mendes Segundo (2009), Jimenez (2008), Gomes (2009), dentre outros, que as diretrizes desse movimento são percebidos em documentos oficiais no âmbito educacional e encontramos tais atrelamentos nos Projetos Políticos Pedagógicos de alguns cursos de Licenciatura da Universidade Federal da Paraíba, os quais passam a introduzir a necessidade da criação de “habilidades e competências” em si e em seus alunos, preparando uma mão-de-obra qualificada e adequada ao rápido e intenso motor da nova sociedade, dita do conhecimento. É no papel desse educador que esse estudo buscou se debruçar.