Artigo Anais IV ENLIJE

ANAIS de Evento

ISSN: 2317-0670

DOIS MENINOS, UMA PENEIRA E UMA FLOR - COMPARANDO MANOEL DE BARROS E JOSÉ SARAMAGO.

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Publicado em 29 de agosto de 2012

Resumo

DOIS MENINOS, UMA PENEIRA E UMA FLOR - COMPARANDO MANOEL DE BARROS E JOSÉ SARAMAGO.Massillania Gomes Medeiros (PPGLI/UEPB) No livro Exercícios de ser criança (1999), de Manoel de Barros, poeta da região do Pantanal mato-grossense, podemos nos deparar com dois poemas-narrativos direcionados a crianças. Dentre eles, chama-nos a atenção a história intitulada de “O menino que carregava água na peneira”, que trata de um menino que, em razão de sua imaginação e de sua percepção extremamente aguçadas, é considerado por aqueles que com ele convivem como um forte candidato a poeta. Acontece que todas as suas ações extraordinárias, relacionadas à sua futura profissão, estão ligadas, de alguma forma, à água. Inclusive, uma das imagens mais marcantes do menino-poeta se perfaz em sua atitude de carregar água na peneira. Por outro lado, no livro A Maior Flor do Mundo (2001), de José Saramago, escritor de origem portuguesa, temos uma história contada por um narrador em primeira pessoa, a respeito de um menino que, em meio às suas andanças, em busca de descobrir o mundo por meio da brincadeira, depara-se com uma flor quase morta, para a qual ele faz várias viagens, em busca de lhe trazer água de um rio para matar sua sede. Em razão dessas várias viagens, o menino fica cansado e acaba adormecendo perto da flor. Para protegê-lo, a mesma flor o cobre com suas pétalas, que agora são pétalas de uma flor gigante. É interessante observar que, ao longo da narrativa, o autor faz a reflexão de que sua história deve ser recontada pelos leitores, pois o ato do menino, de salvar a flor, deve ser conhecido por várias outras pessoas. Neste sentido, acreditamos haver, tanto na história de Manoel de Barros quanto na de José Saramago – dois poetas-narradores de nacionalidades diferenciadas – percepções diferentes sobre o mundo e sobre o mundo das crianças, imprimindo aos seus personagens reflexões peculiares sobre a relação com a água e com o fazer literário, que merecem ser analisadas e comparadas. Para a construção dessa análise comparativa, lançaremos mão de teorias como as de Bachelard (2002), Barros (2000), Candido (1996), Carvalhal (2010), Nitrini (1998) e Zilberman (1987). Palavras-chave: Literatura Comparada – Literatura Infantil – Água – Filosofia - Narrativa

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