Aventar o desejo de investigar o traço visual na literatura infanto-juvenil contemporânea implica em, pelo menos, duas questões. Se por um lado é preciso considerar a tensa relação entre as linguagens verbal e visual, por outro, a presença desse traço contribui para a dissimulação do preconceito de que livro “com figurinhas” não tem status literário. Se é difícil para boa parte da crítica se posicionar, de modo imparcial, diante de uma manifestação literária que, a priori, é vista como arte “menor”, mais difícil ainda é compreender que o traço visual não é só “enfeite”, é linguagem que se potencializa artisticamente quando articulada ao texto verbal. Portanto, o que se pretende nesta comunicação é, justamente, analisar as implicações do traço visual, no confronto com o verbal, como marca de qualidade (ou não) na literatura infanto-juvenil.