O PRESENTE ESCRITO É RESULTANTE DA REMEMORAÇÃO E ANÁLISE SOBRE O MOVIMENTO DE EDUCAÇÃO POPULAR “QUARENTA HORAS DE ANGICOS”, OCORRIDO EM 1963, CONSIDERANDO NOVOS OLHARES E INTERPRETAÇÕES, PONDERANDO QUE A HISTÓRIA SE FAZ TAMBÉM NO PRESENTE, SENDO, POIS, CONSIDERADA ALIMENTO PARA O FUTURO. REVISITAR A EXPERIÊNCIA, EM QUE PAULO FREIRE PÔS EM PRÁTICA SUA PEDAGOGIA LIBERTADORA SIGNIFICOU CONSIDERÁ-LA NÃO COMO UM EVENTO CONCLUÍDO NO PASSADO, MAS COMO UMA EXPERIÊNCIA QUE CONTINUA VIVA E REPRESENTA A VOZ DE UM POVO ILETRADO, MARGINALIZADO, DESCRENTE DOS SEUS DIREITOS, E, POR CONSEGUINTE, MANIPULADOS PELOS ARRANJOS CAPITALISTAS DA SOCIEDADE. PARA ALÉM DISSO, REMEMORAR ESSA EXPERIÊNCIA, CONSIDERANDO CENÁRIO ATUAL BRASILEIRO DE TENTATIVAS HEGEMÔNICAS CONTRA O DIREITO DE LEMBRAR E ESQUECER, SIGNIFICA TAMBÉM POSSIBILITAR QUE A HISTÓRIA DESSE EVENTO NÃO SE ENRAIZE NOS ESCRITOS, PODENDO SER ALIMENTO PARA “ESPERANÇAR”, COMO AFIRMA FREIRE, AS PRÁTICAS EDUCACIONAIS NO TEMPO PRESENTE. NESSE SENTIDO, O MOVIMENTO EDUCACIONAL DAS “QUARENTA HORAS DE ANGICOS” OBJETIVAVA PROPORCIONAR AOS SUJEITOS MARGINALIZADOS O PODER DE UMA EDUCAÇÃO EMANCIPATÓRIA, CUJA INTENCIONALIDADE ESTAVA PAUTADA NA POLITIZAÇÃO DAS CONSCIÊNCIAS. CONSCIENTIZAR E ALFABETIZAR ERAM, POIS, PALAVRAS CHAVES QUE DEMONSTRAVAM O PRINCIPAL OBJETIVO DA EDUCAÇÃO OFERTADA. ASSIM, ESSA ESCRITURA RESULTA DE UMA PESQUISA DOCUMENTAL ATRAVÉS DA ABORDAGEM QUALITATIVA, BASEANDO-SE NA ANÁLISE DO LIVRO DE CARLOS LYRA (1996), PARTICIPANTE DIRETO DA EXPERIÊNCIA DE ANGICOS, SOBRE O MOVIMENTO DAS “QUARENTA HORAS”. PORTANTO, SENDO O MOVIMENTO EDUCACIONAL PERMEADO DE CONTRIBUIÇÕES PARA O TEMPO PRESENTE, EVIDENCIA-SE QUE A ANÁLISE E COLETA DOS “RETALHOS” DO PASSADO POSSIBILITARAM CONCEBER A EXPERIÊNCIA EMBLEMÁTICA DAS “QUARENTA HORAS” COMO MEMÓRIA VIVA E TESTEMUNHO DE RESISTÊNCIA PARA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS.