A ATUAÇÃO DE QUALQUER PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO REQUER UMA SÉRIE DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
QUE POSSIBILITEM SUA ATUAÇÃO EFICAZ EM DIVERSOS CONTEXTOS, COMO NO ENSINO DE ALUNOS SURDOS. A
UTILIZAÇÃO DE METODOLOGIAS INCLUSIVAS, EM VIRTUDE DA SUA PRESENÇA CADA VEZ MAIS FREQUENTE NAS
ESCOLAS, INCENTIVADA POR LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA, DEMANDA HOJE UM OLHAR MAIS ATENTO. O SURDO É
COMPREENDIDO COMO UM SER ALTAMENTE VISUAL, O QUE EXIGE DO PROFESSOR UM ARSENAL DE
FERRAMENTAS DIVERSAS, ÚTEIS PARA DEMONSTRAR TANTO PARA SURDOS QUANTO PARA OUVINTES UM CONTEÚDO
DIVERSIFICADO, SEM PERDA DE QUALIDADE PARA OS NÃO-OUVINTES. CONTUDO, ENFOCAMOS, NESTE
TRABALHO, A UTILIZAÇÃO DE CHARGES EM SALAS BILÍNGUES, COM A PRESENÇA DE SURDOS, POIS ESTE GÊNERO
ABORDA DIVERSOS TEMAS RELEVANTES DO COTIDIANO, COM UMA COMPREENSÃO QUE NECESSARIAMENTE
CONVERSA COM O VISUAL, DEMONSTRANDO, COM RECURSOS VERBAIS E NÃO-VERBAIS, AQUILO QUE SE QUER
DIZER. CONSIDERANDO SUA LARGA UTILIZAÇÃO EM SALA DE AULA, BUSCAMOS AQUI SALIENTAR O SEU PAPEL
PARA O DESENVOLVIMENTO DO LETRAMENTO VISUAL NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA DE SURDOS. PORTANTO,
PARTIMOS DE UMA ABORDAGEM METODOLÓGICA QUALITATIVA INTERPRETATIVISTA E TEMATIZAMOS O SURDO
COMO UM SUJEITO VISUAL (STROBEL, 2009); OS CONCEITOS DE LETRAMENTO VISUAL E DE
MULTIMODALIDADE (ARAÚJO, 2014; LEBEDEFF, 2017); E A CHARGE (CAVALCANTI, 2008;
LANDMANN, 2012; ROMUALDO, 2020). POR SE TRATAR DE UM GÊNERO MULTIMODAL, O NOSSO
ARGUMENTO É DE QUE A CHARGE REPRESENTA PARA O ALUNO SURDO UMA FERRAMENTA PODEROSA NA
COMPREENSÃO CRÍTICA, NA LEITURA DE FIGURAS DE LINGUAGEM, COMO A IRONIA E O SARCASMO, JÁ QUE SUA
ESTRUTURA COMPOSICIONAL SE DÁ BASEADA NA IMAGEM.