A AVALIAÇÃO NA ESCOLA INTERAGE COM DIVERSOS ELEMENTOS DA ESCOLARIZAÇÃO. NO CAMPO DA EDUCAÇÃO, EM GERAL, HÁ A TRADIÇÃO DE USAR AVALIAÇÕES EXCLUDENTES E PUNIÇÃO DO ERRO, O QUE REMETE AO ENSINO JESUÍTICO DO SÉCULO XVI E XVII. JÁ NO SÉCULO XX, TYLER E BLOOM PROPÕEM PRINCÍPIOS QUE PROCURAM SISTEMATIZAR O ENSINO E A AVALIAÇÃO DE UMA FORMA MAIS EFICIENTISTA, ENQUANTO AUTORES DA SOCIOLOGIA COMO BOURDIEU, PASSERON E DA EDUCAÇÃO, COMO PAULO FREIRE, ENTRE TANTOS, ARGUMENTAM QUE ESSA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO MANTÉM AS DESIGUALDADES SOCIAIS. OUTROS AUTORES COMO LUCKESI, HADJI E HOFFMAN RECOMENDAM PRÁTICAS AVALIATIVAS INCLUSIVAS, PAUTADAS PELA IDEIA DE ACOMPANHAMENTO DOS ALUNOS E NÃO COMO UMA FORMA DE PUNIÇÃO OU COMPARAÇÃO. POR SUA VEZ, WAGNER SANTOS, ESTUDIOSO DE AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR, DETECTA QUE, APESAR DA RELEVÂNCIA, HÁ POUCOS TRABALHOS SOBRE O TEMA NA ÁREA. A FIM DE PREENCHER ESSA LACUNA, ESTE TRABALHO DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA APRESENTA OS INSTRUMENTOS E AS PRÁTICAS DE AVALIAÇÃO PRESENTES EM ALGUNS DOS CURRÍCULOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA EM VOGA: ESPORTIVISTA; DESENVOLVIMENTISTA; PSICOMOTOR; SAÚDE RENOVADA; CRÍTICOS E CURRÍCULO CULTURAL/PÓS-CRITICO. O CURRÍCULO ESPORTIVISTA, PREPONDERANTE DURANTE O PERÍODO DA DITADURA CÍVICO-MILITAR (1964-1985), BASEIA-SE NA AVALIAÇÃO FÍSICA E BIOMÉTRICA COMO UMA FERRAMENTA PARA DESCOBRIR TALENTOS ESPORTIVOS; OS CURRÍCULOS DESENVOLVIMENTISTAS E PSICOMOTOR SE BASEIAM NO PRECEITO DE QUE O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO, AFETIVO E MOTOR DEVE ESTAR DE ACORDO COM A IDADE CRONOLÓGICA DOS INDIVÍDUOS E USAM TESTES DESENVOLVIDOS PARA ESSE FIM; O CURRÍCULO DA SAÚDE RENOVADA DEFENDE A APRENDIZAGEM DE CONCEITOS RELATIVOS À PROMOÇÃO DA SAÚDE, UTILIZANDO PROVAS ESCRITAS QUE VERIFICAM SE OS ALUNOS ASSIMILARAM TAIS IDEIAS; OS CURRÍCULOS CRÍTICOS PROPÕEM A UTILIZAÇÃO DE PRÁTICAS COMO AUTOAVALIAÇÃO E AVALIAÇÕES DE COLEGAS, CONTRAPONDO-SE AOS CURRÍCULOS TRADICIONAIS; POR SUA VEZ, NO CURRÍCULO CULTURAL/PÓS-CRÍTICO ARGUMENTA-SE QUE NÃO É POSSÍVEL ESTABELECER UM MODELO DE AVALIAÇÃO PRÉVIO, TAMPOUCO VERIFICAR O QUE O ALUNO APRENDEU, POIS ALÉM DE CADA PROFESSOR DESENVOLVER SUA PRÁTICA, ESSE CURRÍCULO TANTO NÃO VISA AO DESENVOLVIMENTO COMO NÃO SE ANCORA NA NOÇÃO DE SUJEITO DA CONSCIÊNCIA. PORÉM, REFORÇA A IMPORTÂNCIA DOS REGISTROS PARA AVALIAR A PRÓPRIA ATIVIDADE PEDAGÓGICA E POSSÍVEIS EFEITOS NAS SUBJETIVIDADES DISCENTES. PORTANTO, OS DIFERENTES CURRÍCULOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA APRESENTAM DISTINTAS CONCEPÇÕES DE SUJEITO E SOCIEDADE, LOGO PROPÕEM DIFERENTES FUNÇÕES PARA A AVALIAÇÃO: DESDE UMA PRÁTICA EXCLUDENTE E SELETIVA ATÉ A CONCEPÇÃO DE QUE A AVALIAÇÃO É UM INSTRUMENTO PARA A INCLUSÃO E AFIRMAÇÃO DA DIFERENÇA. APESAR DISSO, É HEGEMÔNICA A PRESENÇA DE PRÁTICAS AVALIATIVAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ASSOCIADAS AO TESTE FÍSICO, DE HABILIDADES E À PROMOÇÃO DA SAÚDE, LOGO, LIGADA AOS CURRÍCULOS TRADICIONAIS. CONCLUÍMOS QUE ESSA CONDIÇÃO CONTRIBUI PARA DIFICULTAR AS TRANSFORMAÇÕES REQUERIDAS PARA A EFETIVAÇÃO DE UMA SOCIEDADE MAIS JUSTA.