ESTE TRABALHO OBJETIVA DISCUTIR QUESTÕES SOBRE MASCULINIDADES E PERFORMATIVIDADE DE GÊNERO ACIONADAS DURANTE AS EXPERIÊNCIAS DE QUATRO BOLSISTAS MULHERES NA REALIZAÇÃO DE UM PROJETO DE EXTENSÃO NO ANO DE 2019, CUJO PÚBLICO-ALVO FOI UM GRUPO DE ADOLESCENTES EM CUMPRIMENTO DE MEDIDA SOCIOEDUCATIVA EM MEIO ABERTO, FORMADO MAJORITARIAMENTE POR MENINOS NEGROS E PERIFÉRICOS. FORAM REALIZADOS 14 ENCONTROS EM QUE SE DISCUTIRAM TEMAS LIGADOS À ÁREA DOS DIREITOS HUMANOS, VIOLÊNCIAS, RACISMO, RESISTÊNCIAS E RESPONSABILIZAÇÃO JUVENIL. ESSA EXPERIÊNCIA FOI POSSIBILITADA PELA PARCERIA INTERDISCIPLINAR ENTRE OS PROJETOS DE EXTENSÃO HISTÓRIAS DESMEDIDAS, DESENVOLVIDO PELO VIESES: GRUPO DE PESQUISAS E INTERVENÇÕES SOBRE VIOLÊNCIA, EXCLUSÃO SOCIAL E SUBJETIVAÇÃO, E TRAFICANDO SABERES, PROMOVIDO PELO LABORATÓRIO DE ESTUDOS DA VIOLÊNCIA (LEV), AMBOS VINCULADOS À UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC). METODOLOGICAMENTE, PARTIMOS DE CENAS-ANALISADORAS, REGISTRADAS POR MEIO DE DIÁRIOS DE CAMPO, PARA PENSAR INTERSECCIONALMENTE COMO O EXERCÍCIO DA MASCULINIDADE HEGEMÔNICA CIS-HETERO-BRANCA-CRISTÃ-BURGUESA POSSIBILITA E MANTÉM O DOMÍNIO SOBRE A SEXUALIDADE E AS EXPRESSÕES DE GÊNERO DE CORPOS DISSIDENTES. REFLETIMOS A PARTIR DA ARTICULAÇÃO DE AUTORES E AUTORAS DO CAMPO DA PSICOLOGIA SOCIAL E DA INTERSECCIONALIDADE, ALÉM DE OUTRAS EPISTEMOLOGIAS QUE SE VOLTAM PARA AS QUESTÕES DE SEXUALIDADE E GÊNERO. A PARTIR DAS CENAS ANALISADAS, FOI POSSÍVEL PERCEBER A REPRODUÇÃO DE LÓGICAS NORMATIVAS DE UM MODELO FECHADO DE MASCULINIDADE PRODUZIDAS E MARCADAS PELA VIOLÊNCIA, PELO COMBATE A ASPECTOS ENTENDIDOS COMO “FEMININOS” E PELA PERFORMATIVIDADE DE DIVERSOS ATRIBUTOS E ATITUDES QUE AFIRMARIAM A VIRILIDADE DESTES ADOLESCENTES, SENDO O ASSÉDIO E A LGBTFOBIA ALGUNS DOS PRODUTOS DESSA LÓGICA.