ESTE TRABALHO ESTUDA COMO A NOÇÃO DE IDENTIDADE NACIONAL, ESTABELECIDA A PARTIR DE SEU CARÁTER COLETIVO, HOMOGENEIZANTE E HIERARQUIZANTE (ANDERSON, 2008; FIORIN, 2009) PODE SE MODIFICAR E SE ABRIR À DIFERENÇA (DERRIDA, 1995), POR MEIO DA HETEROGENEIDADE REPRESENTADA NA FICÇÃO BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA. A PARTIR DAS RELAÇÕES EXISTENTES ENTRE LITERATURA E SOCIEDADE (CANDIDO, 2002), COMPREENDEMOS QUE ESSA FICÇÃO PODE REPRESENTAR TRANSFORMAÇÕES SIGNIFICATIVAS OCORRIDAS NA SOCIEDADE E NAS IDENTIDADES, SEJAM AQUELAS TRAZIDAS PELOS DESCENTRAMENTOS E PELA DESTERRITORIALIZAÇÃO (HALL, 2011), SEJAM AQUELAS CAUSADAS PELA AFIRMAÇÃO DE SUBJETIVIDADES ESTABELECIDAS PELOS CORPOS NÃO NORMATIZADOS OU INTITULADOS QUEERS (BUTLER, 2017). AO REPRESENTAREM INDIVÍDUOS MARGINALIZADOS, OS ROMANCES TODOS NÓS ADORÁVAMOS CAUBÓIS (2013), DE CAROL BENSIMON, E ENQUANTO OS DENTES (2017), DE CARLOS ALBERTO PEREIRA, IMPLICAM EM UMA SUBVERSÃO AOS PADRÕES CONVENCIONADOS NA PRÓPRIA PRODUÇÃO LITERÁRIA (POLESSO, 2018; DALCASTAGNÈ, 2002) E COMPREENDEM, PORTANTO, UM CAMPO DE POSSIBILIDADES SENSÍVEIS AO ESTABELECIMENTO DE DISPOSITIVOS DE AFIRMAÇÃO ABERTA À DIFERENÇA (FOUCAULT, 2016, 2019; DERRIDA, 1995). NESSE SENTIDO, ESSES ROMANCES PODEM AMPLIAR NOSSA COMPREENSÃO DO QUE SIGNIFICA “SER BRASILEIRO” E, POR EXTENSÃO, MANIFESTAR TRANSMUTAÇÕES NECESSÁRIAS NOS DISCURSOS DE IDENTIDADE NACIONAL DA CONTEMPORANEIDADE.