ESTE TRABALHO ABORDA AS QUESTÕES DE GÊNERO PRESENTES NAS RELAÇÕES ENTRE A INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO INFANTIL E AS FAMÍLIAS. APRESENTA A ANÁLISE DE REGISTROS PRESENTES NOS LIVROS DE OCORRÊNCIAS DE UMA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL, QUE ENVOLVEM CONFLITOS DE GÊNERO. TRAZ OS RESULTADOS DE ENTREVISTAS SEMIESTRUTURADAS COM DOCENTES E FAMÍLIAS, PROCURANDO COMPREENDER SUAS MOTIVAÇÕES, ATITUDES, VALORES E CRENÇAS. TEM COMO REFERENCIAL TEÓRICO ESTUDOS DE GÊNERO E DA SOCIOLOGIA DA INFÂNCIA, QUE PROBLEMATIZAM COMO AS DESIGUALDADES SOCIAIS EM RELAÇÃO ÀS QUESTÕES DE GÊNERO COMEÇAM DESDE IDADES PRECOCES, NO SEIO DAS FAMÍLIAS, REFLETINDO-SE EM SEUS PERCURSOS DE VIDA E NAS INSTITUIÇÕES EDUCACIONAIS. OS CONFLITOS DE GÊNERO SE FAZEM PRESENTES QUANDO AS CRIANÇAS DEMONSTRAM INTERESSE E COMPORTAMENTOS PARA ALÉM DAS NORMAS BINÁRIAS DE GÊNERO, PROVOCANDO RECEIOS LIGADOS À SEXUALIDADE. AS QUEIXAS DAS FAMÍLIAS REVELAM AS EXPRESSÕES DE GÊNERO E DE SEXUALIDADE DAS CRIANÇAS COMO PROBLEMAS A SEREM RESOLVIDOS. AS DIFICULDADES DA ESCOLA EM DIALOGAR COM AS FAMÍLIAS SOBRE TAIS QUESTÕES ACABAM POR TRANSFERIR A RESPONSABILIZAÇÃO DOS COMPORTAMENTOS DAS CRIANÇAS PARA AS FAMÍLIAS, NÃO ASSUMINDO SUA FUNÇÃO EDUCATIVA EM TORNO DESSA PROBLEMÁTICA. OS CONFLITOS, QUE PODERIAM SER VISTOS COMO POTENCIALIZADORES DE REFLEXÕES E DIÁLOGOS COLETIVOS, ESSENCIAIS PARA A CONSTRUÇÃO DE NOVAS FORMAS DE PENSAMENTO, PARECEM SER SILENCIADOS. OS RESULTADOS APONTAM PARA O DESAFIO DA ABORDAGEM DE GÊNERO E SEXUALIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL DE FORMA MAIS ABERTA E DIALÓGICA, COM VISTAS A UMA EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA DA INFÂNCIA, A FIM DE PROMOVER UMA ATITUDE MAIS CRÍTICA EM RELAÇÃO AOS SEUS DIREITOS.